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Notas à Margem

Notas à Margem

28
Jul23

Considerações sobre ...2

zé onofre

2 – Sobre o

 

Acordo, desacordo ortográfico ou “discutir o sexo dos anjos” enquanto os “Bárbaros” tomam de assalto “Constantinopla”(a nossa Língua)?

   

Volta e meia leio opiniões acerca do “Acordo Ortográfico”, ou “Novo Acordo Ortográfico e até “(Des)acordo Ortográfico”.

Também em muitos artigos de imprensa a nota - “o autor escreve segundo o antigo acordo ortográfico.

Alguns escritores têm também, como ponto de honra, afirmarem o mesmo.

Finalmente há os defensores acérrimos do dito cujo acordo.

Espero não ser o único que se está nas tintas para os acordos ortográficos que já houve, que há e outros a haver.

Seja qual for a grafia adoptada por lei nunca deixará de ser uma questão de convenção.

Eu, que nunca fui de seguir regras, sempre tive o “meu acordo ortográfico”. É certo que o meu professor da Primária era rigoroso quanto a ortografia e quem pagava eram as minhas ricas mãozinhas. Pensava o professor que se a ortografia não me entrava pela memória talvez entrasse pela pele com a ajuda da “santa luzia dos cinco olhos”. Ajudou, mas, mesmo assim, às vezes ainda ajo como se não houvesse regras ortográficas.

II - Entretanto num Curso que fiz tive uma cadeira que se chamava “Curso de história da Língua Portuguesa”.

1. Vou, então, transcrever algumas ideias que tirei dos livros que me ajudaram a fazer a dita cadeira.

Do Livro/Manual - Curso de história da Língua Portuguesa, Ivo Castro, Universidade Aberta, Lisboa,1981.

Pág.82

        Evolução do Latim. “[…] Uma língua literária escrita, ou latim literário, que nos primeiros tempos não devia diferenciar-se excessivamente da língua falada pelos seus escritores e leitores.[…]

  • Latim arcaico “[…] (até o séc. I aC) Seguiu-se uma fase de esplendor literário, acompanhado de um maior afastamento em relação à língua falada, que denominamos latim clássico;
  • Latim imperial (séc. II – IV dC) “[…] o latim literário não cessa com o fim do Império, essa língua quase completa encerrada em texto designa-se por latim tardio (ou baixo latim) […]”

Pág. 83) “[…]

  • Havia cinco casos no latim clássico:

Nominativo – sujeito.

Genitivo – complemento determinante.

Dativo – objecto indirecto.

(Pág. 84)

Acusativo – objecto directo.

Ablativo – diversas funções circunstanciais […]

As declinações que agrupavam todos os substantivos e adjectivos segundo a sua forma , eram cinco […] seguindo uma tendência geral das línguas indo-europeias, o latim arcaico simplificou o sistema de casos: O locativo e o Instrumental fundiram-se com o Ablativo, que era geralmente usado com preposições. O Vocativo tinha quase sempre a forma do Nominativo.

  • Latim Clássico

[…] É no séc. I da nossa era, chamado «século de Augusto», que começou a produzir-se uma séria diferenciação entre o latim literário e o latim falado. […] Colonizadores (geralmente dos estratos mais baixos) e indígenas, que mais ou menos aceitam romanizar-se. Cada um destes grupos usava um latim estruturado segundo normas diferentes […] variedades do latim. A mais primorosa delas, usada na literatura, era o

(Pág. 85)

sermo urbanus, […] sermo cotidianus ou usualis, que era a línguagem quotidiana das classes cultas. […] o sermo plebeius ou vulgaris, que era o falar do povo sem, ou com baixa, instrução […] e o sermo rusticus, os falares não urbanus. […] do contacto do latim com as línguas itálicas faladas anteriormente nas províncias conquistadas (etrusco, celta, etc) : constituem o latim provincialis. […]

Latim Imperial corresponde ao dos séc. II – V dC […] maior afastamento entre a língua literária e a língua falada (o latim vulgar).

(Pág.87)

Latim tardio (séc. V a XVIII) […] A distância entre a língua falada e o latim aprendido  nas gramáticas provoca na escrita (em latim) o aparecimento de numerosos erros, que amiúde reflectem as tendências diferenciadoras da   língua pela pessoa que escreve.

 (Pág. 88)

[…] Certamente, com acontece em todas as línguas […] a influência da língua falada, influência «in crescendo»-

(pág. 120)

[…] O latim vulgar reduzi-los-á (os casos) drasticamente do modo seguinte:

[…] Nas Penínsulas Ibérica e Itálica […] o sistema reduziu-se só a um caso, o acusativo, […]

III - Do livro - "História da Língua Portuguesa", por Paul Teyssier, Livraria Sá da Costa Editora, 8ª edição, Lisboa, 2001.

 Idade Média - Formação do Português.

(pág. 24)

  1. "Apesar das sua imprecisões e incoerências, a grafia do galego-português medieval como mais regular e «fonética» [...] "

(pág. 69)

   2 - Renascimento - O latinismo

   a) " [...] O latinismo vai consistir muitas vezes em adoptar uma ortografia etimológica para tornar a forma escrita das palavras mais próximas do latim [...]. É possível ver pelos exemplos citados que, se alguns desses latinismos são puramente gráficos, outros dizem respeito à forma fonética da palavra. [...]"

(pág.70) 

b - "[...] Um número importante de palavras eruditas, ou de formas alatinadas, introduziram-se, assim, no séc. XVI e, desde então, integram o vocabulário da língua." [...]

(pág.73).

3 - Fins séc. XVIII/XIX

   a) "[...] A colocação do pronome é fixada de maneira mais rígida (João sentou-se), quando num enunciado desse tipo, a língua clássica empregava igualmente (João se sentou) [...] 5. "[...] As formas eruditas não raro suplantaram as formas populares que as precederam, de maneira que o português latiniza mais hoje do que o fazia outrora.[...]"  

III - As minhas conclusões

  1. Conforme o latim falado se afasta do latim escrito, este vai-se simplificando segundo a oralidade. Este fenómeno nota-se mais profundamente no sistema de casos.

Latim Inicial ---------- Latim Arcaico/Clássico/Vulgar -------- Língua Românica

--------------------------------------------------------------------------------------------------- Itália e Ibéria      

Nominativo -------------Nominativo/Vocativo

Vocativo

Genitivo ----------------- Genitivo

Dativo --------------------Dativo

Acusativo ---------------- Acusativo --------------------------------- Acusativo

Ablativo ------------------Ablativo/locativo/Instrumental

Locativo

Instrumental

Podemos dizer que a Língua Escrita é um travão à evolução da língua – fossilização da língua – avançando mais tardiamente para se aproximar da língua falada.

  1. A língua Portuguesa seguia esta tendência, começando pela sua grafia reflectir a língua falada.
  2. Esta evolução foi contrariada pela renascença e pelo classicismo com o regresso “à pureza etimológica da língua”.
  3. Com este regresso “ao latim” a língua falada aprofundou o fosso existente entre o falar e o escrever.
  4. Os acordos ortográficos aparecem com a necessidade de aproximar a língua escrita da língua falada.
  5. O acordo ortográfico entre os diversos “falares” do português é a procura de um português escrito que reflita as oralidades diferentes da nossa língua, de modo a que ela não se fragmente, pelo menos na sua grafia, como aconteceu ao latim e anteriormente ao Indo-Europeu.
  6. Parece-me ser um esforço voluntarioso que não conseguirá travar a evolução natural de todas as línguas – a lei do menor esforço.
  7. Finalmente a maior ameaça à Língua Portuguesa (europeia) não vem do português falado e escrito noutras paragens, mas sim do Colonialismo Anglo-saxónico a que assistimos (alguns assistem) impavidamente e serenos.

    a) Não há opinador, jornalista, colunista, que se preze, que escreva sobre seja o que for sem um termo, ou vários, em inglês 

   b) Há jornalistas especializados em economia que habitam a imprensa escrita e falada que ao tentarem explicar medidas dos ministérios da economia, das finanças, dos organismos europeus, não conseguem explicar nada pois falam “economês”.

Um leitor, ou ouvinte, leigo (como eu) que gostaria de saber o que quem nos governa pretende fica ainda mais, ou tão, desinformado como antes da explicação dos especialistas.

O que me leva a considerar que ou não sabem o que dizem e repetem o que ouviram dizer aos senhores governantes, ou se sabem, estão ao serviço deles, governantes, e convém manter-nos desinformados.

  c) Também aberrantes são os nomes com que se designam diversas actividades culturais, firmas comerciais, etc. [resort, workshop,village,Lisbon film festival] e muitos outros de que agora não me lembro e não me apetece ir investigar.

9 . É por isto que penso que defender, ou bater, nas convenções ortográficas do português, é ver Constantinopla cair nas mãos dos Turcos, enquanto os teólogos discutem o sexo dos anjos (acordo ortográfico sim, ou não).

Como diria o Solnado, “façam o favor de serem felizes”,

Zé Onofre

PS - Gostaria, contudo, que os meus netos e sua descendência falassem uma língua filiada no Português e não no Inglês. Também gostaria de falar uma lingua filiada no falar dos povos Ibéricos antes da colonização Indo-Europeu. 

 

24
Jul23

Histórias de A a Z para aprender a ler e escrever - Livro III- AIDA

zé onofre

          AIDA

 

O meu amigo Zé,

No seu jeito divertido,

Contava a história feliz

Do seu amor proibido.

 

Para casar com a Aida

Ou pagava vinho e pão,

Ou pegava o boi bravo

No largo da povoação.

 

Ola bem a orelha

Que o bicho tiver caída,

Foge para o outro lado

E a prova está vencida.

 

– Pegarei o boi bravo,

Disse eu c’um sorriso,

Não quero perder a Aida,

Basta perder o juízo.

 

Entra o bicho no largo,

Orelhas hirtas em frente.

Meto-me sob um carro,

Fui o gozo de toda a gente.

 

Ali, fiquei escondido

Até a última gargalhada.

Saí a medo, cabeça baixa,

Perdida a Aida, sem nada.

 

AIDA.jpg

 

Ao longe está um vulto,

Que ainda me espiava,

Bem no centro do largo.

Era a Aida que me esperava

  Zé Onofre

21
Jul23

Comentário 322

zé onofre

                  322

 

023/07/21

 

Sobre Prato Gateado,  Maria Soares, 11.06.23 em https://dessossego.blogs.sapo.pt

 

Olhando para bem longe,

Para além do que fomos,

E já não somos,

Tentamos perceber

O que de nós deixaremos.

 

Deixaremos objetos

Que usamos

No dia-a-dia.

Vestuário,

Casa,

Papel,

Lápis e canetas

Que não sendo nós

De nós

Poderão iluminar

Uma pequena faceta.

 

De nós deixaremos

O que nos ultrapassa

Em grandeza

Física e intelectual.

 

Do nosso corpo

Deixaremos um punhado de pó.

Se conseguimos ir mais além

Do humanos que somos

Haverá uma sombra esbatida

Nas intermitências da memória.

 Zé Onofre

20
Jul23

Histórias de A a Z para aprender a ler e escrever - Livro III - Eva

zé onofre

             EVA 

 

Olhem, lá vem a Eva

De olhos brilhantes

A sonhar aventuras

As mais mirabolantes.

 

Eva na égua Ruça

Em forte galopada

Ao redor da sala

Não dá conta de nada!

 

Um estilhaçar de cacos,

Que grande confusão!

A Eva, a égua e a jarra

Tudo voa para o chão!

 

Mãe: - Olha para isto,

Oque faz a brincadeira!

Eva:- foi a bruxa má 

Que nos passou uma rasteira!

 

                               2003.10.25

Zé Onofre

 

EVA.jpg

 

 

 

   

17
Jul23

Comentário 321

zé onofre

                  321 

 

023/07/13

 

Sobre chegar longe, em 10.07.23, no blog /esperasadiadas.blogs.sapo.pt

 

Passo pela vida,

Como o mar.

 

Manso

Lago parado,

Espelho do firmamento,

Dos sonhos,

Das fantasias,

Das aventuras.

 

Agitado

Lago ondulado

Pela lufa-lufa

Do dia-a-dia,

Das pequenas ansiedades,

Das pequenas contradições.

 

Revolto,

Agitado,

Violento,

Fustigo rochas e areais,

Galgo Dunas,

Ameaço casas

Que invadem o meu terreno.

 

Passo pela vida

Como o mar.

 

A espuma dos dias

Confunde-se com a do mar.

Essas espumas

Contam-se os segredos

Dos sonhos vividos,

Dos sonhos perdidos,

Das viagens feitas,

Das viagens imaginadas,

Das revoluções queridas,

Das revoluções imaginadas,

Das revoluções falhadas.

 

Desse casamento entre espumas,

Das palavras secretamente prometidas,

É o rasto que de mim ficará

Para quem de mim

Quiser saber.

   Zé Onofre

15
Jul23

Histórias de A a Z para aprender a ler e escrever - Livro III - Ana

zé onofre

ANA

 

Ana, menina Ana,

Aqui se faz favor!

Ana olhava, olhava,

Nada via em redor.

 

Aqui, aqui no alto

Do carvalho cinzento!

Ana vem comigo,

Vem brincar no vento!

 

Se eu tivesse asas,

Quem me dera voar!

Respondia a Ana

A saltar, a saltar.

 

E o seu sonho

Foi tão profundo

Que, como uma asa,

Voa à volta do mundo!

 

Ana, menina Ana

São horas de acordar!

Diz o pai com um beijo

Asa na face a poisar.

Zé OnofreANA .jpg

14
Jul23

Considerações sobre ... 1

zé onofre

1 - Sobre o Programa – A Fé dos Homens – da RTP 2

 

023/07/13

 

A Fé dos Homens [um espaço dedicado às diferentes religiões reconhecidas em Portugal e instituídas através de uma Igreja Própria] – como se diz no genérico do programa.

Costumo assistir a esta rubrica, apesar de não pertencer a qualquer religião e de ser ateu. Gosto, porém de saber qual a mundovisão, das diversas regiões que por lá passam.

Ao longo do tempo passaram-me pelos olhos várias igrejas Cristãs, a fé Islâmica, a fé Hindu, …

Na passada quarta-feira fui surpreendido por uma nova fé religiosa que desconhecia de todo, Comunidade Israelita de Lisboa.

Rapidamente me passou a perplexidade e verifiquei que era um programa sobre a fé Judaica – Judaísmo.

Pareceu-me contudo que, se de fato querem divulgar a fé Judaica, encontraram uma designação verdadeiramente infeliz, a vários títulos.

Uma designação assim, dá origem a equívocos. Todos os cidadãos Israelitas são de uma só fé – Judaica – excluindo todas as outras crenças. Será que não haverá israelitas Cristãos, Islâmicos, Hindus, de outras crenças, ou, até mesmo, ateus?

Ou que então apenas os habitantes de Israel de fé Judaica são cidadãos israelitas. O que transformará Israel num Estado Teocrático, como muitos dos seus vizinhos o são.

Esta designação faz-nos tomar a seguinte ilação, os cidadãos de outros estados e que pratiquem a fé Judaica não a praticam verdadeiramente porque não são cidadãos Israelitas.

Finalmente denominando-se assim leva-nos a supor que por detrás dela está um plano maquiavélico.

É sabido que a grande maioria dos Estados do Planeta condenam o holocausto de seis milhões de Judeus – ou apenas descendentes de homens de fé Judaica – juntamente com muitos milhões de outras pessoas.

Ora fazendo esta confusão, os Governantes Israelitas aproveitam-se do Holocausto como defesa contra aqueles que criticam as políticas expansionistas, sionistas e de perseguição aos Palestinos, e gritarem Aqui d’el Rei anti Judaísmo.

Zé Onofre

13
Jul23

Comentário 320

zé onofre

                 320 

 

023/07/12    

 

Sobre, Tempo perdido, por Cotovia (MC), em 023/06/04 no blog https://cotoviaecompanhia.blogs.sapo.pt/

 

                    Em busca

 

Sentado neste banco, meu companheiro

De sonhos e de viagens impossíveis,

Recapitulo a vida por inteiro

E sinto que poderiam ser viáveis.

 

Tivessem tido um outro mensageiro 

A divulgá-los sem as palavras frágeis

Deste homem que os deixou no tinteiro

Tanto tempo que ficaram inviáveis. 

 

Estendido neste banco ao comprido,

A ver as estrelas, que ainda estão

Lá em cima, distante como lhes é devido

 

Sinto que não foram sonhados em vão.

Tudo o que sou apenas faz sentido

Pelo caminho de que fiz o meu chão.

12
Jul23

Dias de hoje 104

zé onofre

                  104

 

023/07/12

 

Tenho um estranho dom.

 

Não sei se o herdei,

Se por contágio o tomei,

Ou, se como refúgio, o construí.

 

Uso as palavras ao desbarato.

Ora doces, suaves, sensíveis,

Quero eu que elas sejam,

Porém, quando as lanço à vida

O meu estranho dom

Faz delas lâminas de sílex.

 

As palavras que escrevo

As certas, quero eu que sejam,

Para aquele momento,

Saem disparadas para a vida

Como setas,

Como lanças,

Como tiros de mosquete,

Como balas de canhão.

Com as quais, ao contrário do que pretendo,

Arraso tudo à minha volta,

Disperso uma a uma

As pessoas que se aproximam.

Com o meu estranho dom

Crio inimizades,

Onde apenas quero semear

Flores de liberdade,

De fraternidade,

De igualdade.

 

Quero que as palavras que escrevo,

Sejam alicerces de uma nova era,

De uma nova Humanidade

Onde todos comam pão,

Ou onde todos comam merda.

Com o meu estranho dom

Transformo sonhos em sombras.

 

Que loucura me varreu,

Naquele dia, desmiolado dia,

Em que decidi abrir a gaveta?

Lá, as palavras adormecidas

Apenas para mim

Sorriam,

Choravam,

Cantavam,

Viviam utopias.

 

Tenho um estranho dom.

  Zé Onofre

11
Jul23

Histórias de A a Z para aprender a ler e escrever - Livro III - Outono

zé onofre

OUTONO 

 

Numa videira abandonada

Que ao azul se estreita,

Um cacho de uvas só,

Por entre as folhas espreita.

 

Uns passos malandros

Pelo campo a vaguear.

É o Ulisses que de longe

O vem a namorar.

 

Uma escada? Não há!

Uma cana? Também não!

Trepa, que trepa! Corta, que corta,

Ulisses e uvas caem no chão.

                                                                  2004-10-07

Zé  Onofre

OUTONO.jpg

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