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Notas à Margem

Notas à Margem

30
Out23

Histórias de A a Z para aprender a ler e escrever - Livro III - Viagem

zé onofre

VIAGEM, 2005.02.22

 

Era uma vez

Pequenos barcos veleiros

Levavam no seu seio

Missionários,

Guerreiros,

Comerciantes,

Aventureiros,

Á procura de sonhos,

De riquezas,

De almas,

De fortalezas.

 

Era uma vez o Vítor

Viajante do sonho

Fazia barcos à vela

Com folhas de papel.

 

Nunca vira o mar

Nem a onda rugir

Nunca vira a praia

Mas tinha pressa de partir

No seu barco à vela,

Feito de sonhos de papel

Ele é o missionário

Ele é o guerreiro

Ele é o comerciante

Ele é o aventureiro.

VIAGEM.jpg

Viaja Vítor,

A cabeça

No barco à vela

Os pés descalços

Na estrada,

À descoberta de ilhas desertas

Ao encontro da Terra encantada.

 

Agora é o Gil Eanes,

Às voltas no Bojador;

É o Diogo Cão

De Angola o descobridor;

É Bartolomeu Dias

Medroso como uma criança

A passar o Cabo da Boa Esperança;

É Vasco da Gama

A Caminho da Índia,

É Pedro Álvares Cabral

À descoberta do Brasil;

É Fernão de Magalhães

Na volta ao mundo.

 

E tudo isto

Em apenas um segundo.

  Zé Onofre

25
Out23

Histórias de A a Z para aprender a ler e escrever - Livro III - Corrida a pé

zé onofre

CORRIDA A PÉ, 2005.02.17

 

Era a hora de comer

 

Caio! Caio!

Vai à loja num repente

Vai num pé, vem noutro,

Comprar vinagre,

É urgente!

 

Caio sai a resmungar.

Ao calor do meio-dia

Vai pela sombra das árvores

Que aquela hora o sol ardia.

 

Chegou ao largo.

Foi direito à loja

Pediu o vinagre

Saiu com pressa

Que o tempo fugia.

Sem saber como

Foi apanhado

Numa corrida.

Está o Carlos,

Está o Fernando,

Um Manel e o outro

E também o Matias.

 

É a criançada toda

Do largo em redor

Arrebanhados

Pelo filho do doutor

 

E lá vão

Caminho fora.

Passo à frente,

Passo atrás,

Cabeça à roda

Não sabe que horas são.

Nada vê, nada ouve

Só o truc-truc do coração

 

Por fim o largo.

Pega no vinagre

Ter chegado ao fim

Parece-lhe um milagre.

Entra em casa a tremer,

Nas pernas mal se tem.

Meio desfalecido, Caio

Deita-se no colo da mãe.

CORRIDA A PÉ.2 jpg

  Zé Onofre

24
Out23

Notas à margem - Dia de hoje 87

zé onofre

                   87

 

023/10/24

 

Mais uma vez seguiremos

A tradição.

Como em todos os outros anos

Celebraremos o Natal.

 

Que Natal, celebraremos?

 

O Natal de uma rua escura,

Gelada e coberta de Neve

Apenas iluminada pela fresta de uma vidraça,

Por onde se espreita uma mesa de excessos,

Colorida com mil luzes,

E uma fogueira acesa.

Enquanto,

Do lado de cá da vidraça,

Uma menina morre

Aquecida por uma fogueira de fósforos.

 

Que Natal, celebraremos?

 

O natal das ruas arco-íris,

Das montras coloridas,

A convidar ao consumo de inutilidades.

Onde a felicidade vem embrulhada

Em papéis coloridos,

Decorados com fitas e fitinhas,

Laços, lacinhos e laçarotes.

Felicidade que ao outro dia despejaremos,

Nos contentores onde se despeja

O lixo selecionado.

 

Quando é que celebraremos o Natal

De uma humanidade nascida

Para a Igualdade,

Para a Fraternidade,

Para a Liberdade?

   Zé Onofre

22
Out23

Histórias de A a Z para aprender a ler e escrever - Livro III - Tongobriga

zé onofre

TONGOBRIGA, 2005.02.14 

 

De olhos arregalados

Diogo, atento, caminha

Por entre as pedras

Da cidade em ruína.

 

“Aqui, na casa do poço,

Era a casa do padeiro:

Ali parece ter havido

Uma forja de ferreiro.

 

A casa do implúvio“

Diogo fica atrasado

Há uma voz que o chama

Que o leva ao passado.

 

A casa do padeiro

Está agora em forma.

Na casa do ferreiro

Ouve-se de novo a bigorna.

              

Na casa do implúvio

Há gente a descansar

Há escravos, há crianças

No lago a chapinar.

 

Tonto vai pelas ruas

A ouvir aquela gente

E nem sequer estranha

Não se sente diferente.

 

Parece-lhe que está,

Não sabe por que magia

No Largo da sua Terra

Em dias de romaria.

TONGOBRIGA.jpg

Eh, tu aí, chega-te cá

Vem jogar o dado.

Se me ganhares

Levas este soldado.

 

Diogo aninhou-se

Lança os dados: sete.

Uma voz acorda-o

“- Diogo, onde te meteste!?

 

Assim volta ao presente

Sem ter tido tempo

De correr todas as lojas

De ter entrado no templo.

 

Volta à cidade em ruínas

Regressa triste do passado.

Tem um soldado no bolso,

Na mão tem, ainda, um dado.

  Zé Onofre

18
Out23

Dia de hoje 86

zé onofre

                  86

023/10/18

Comentário fedorento

Sempre que o Senhor Presidente
(E não é preciso explicitá-lo)
Solta uma bufa malcheirosa
O Vassalo europeu sorridente
Apressa-se logo a cheirá-lo.

Quer que o Senhor fique contente
Com a bufa ainda mais pestilenta
Que o Vassalo dá ao replicá-la.

  Zé Onofre

17
Out23

Comentário IV

zé onofre

023/10/17

Provocação

por Jose Miguel Roque Martins, em 17.10.23

Um grupo terrorista mata mais de mil Portugueses, faz reféns e refugia-se num prédio onde estão uns milhares de inocentes. Pedem a rendição incondicional de Portugal.

Como deve reagir António Costa?

 

  1. Aceder às exigências;
  2. Enviar as tropas de choque tomar o edifício, mesmo que isso implique a morte de milhares de inocentes;
  3. Cortar água electricidade e comida, esperando que os terroristas se rendam;
  4. Não fazer nada e prometer atribuir uma medalha de mérito cívico aos terroristas;
  5. Cercar o edifício, providenciando o conforto possível a reféns, terroristas e inocentes, na esperança que um dia a coisa passe ( o que já tinha feito no passado com outro edifício ainda cercado há já uns anos).

Qual a sua resposta honesta?

A minha resposta (Zé Onofre)

                 

Boa tarde, José Miguel Roque Martins

 

Ponto prévio. è preciso saber a quem pertence a Casa. São os donos da Casa que a habitam, ou está habitada por Ocupas?

 

 As minhas perguntas são

- Casa deles desde quando?

- Casa deles erguida  sobre a Casa de quem?

- Quem decidiu entregar aquela Casa aos ocupas, tendo sido um tal de Ben-u-ron, um ocupa racista/nazi, a chefiar os primeiros. 

- Para que essa Casa se erguesse os legítimos proprietários foram expulsos. Quem foi violentado naquela Casa?

Penso que todos somos culpados do que se passa nessa Casa. Quem perseguiu os actuais Ocupas desde que o Império Romano se assumiu Cristão. O cristianismo negro das idades Média e Moderna. A Solução

Final - cuja mão armada e bestial foi o Nazismo. Contudo terminada a Guerra todos, vencedores e vencidos, criaram um novo problema em Casa alheia. Vencedores e vencidos sacudiram os actuais Ocupas do Capote e estes foram cair numa Casa que já estava habitada.

Desde 1947 que os legítimos proprietários da dita Casa sofre na pele os efeitos das decisões apressadas, para não dizer criminosas, dos vencedores da 2ª Guerra.

É por este prisma histórico que tento compreender o horror que se passa nessa Casa ocupada desde 1947.

Agora dirijo-lhe as perguntas que faz no seu texto.

 

Como devem reagir os legítimos proprietários da Casa de que foram expulsos há setenta e cinco/setenta e seis anos?

 

Desde essa malfadada data que eles a reclamam. Desde essa malfada data que não cessam de aumentar a ocupação da Casa dos outros. De tal modo  que já são mais a viver em Campos de Abrigo por misericórdia, do que na sua própria  Casa. 

Que fizeram, então, os amigos dos Ocupas daquela Casa?

  Zé Onofre

17
Out23

Comentário 324

zé onofre

                 324

023/10/16

 

Sobre Passos no caminho , Isabel Silva  em https://imsilva.blogs.sapo.pt/,  023/10/14

 

Sons de passos no caminho.

Ecos do passado?

Ruídos de quem passa?

Sons vindos do futuro?

 

Este caminho obscuro

Que hoje percorremos,

Está pleno de palavras

De diversas origens.

 

Caminhamos por um caminho

Por um túnel de ecos

Que nos envolvem num manto

De névoa que leva à loucura.

 

Caminhamos neste caminho

Às apalpadelas, cegos

De tanto ruído,

À procura do rumo certo.

 

Certezas, não as temos,

Mas só o facto de tentar

Descobrir um novo rumo,

É um bom começo.

15
Out23

Histórias de A a Z para aprender a ler e escrever - Livro III - Corrida de mota

zé onofre

CORRIDA DE MOTA, 2005.01.27

 

Que grande algazarra

Vai no largo!

Tudo está pronto

Para a grande corrida

Das motas de pau.

 

 

A meta está marcada,

A caco vermelho,

No negro da estrada

E o Quim, o Simões

E o Mário prontos

Para a largada.

 

Deu-se a partida!

Troc! Troc! Troc!

Cantam as motas

Durante a corrida!

 

Vai Quim!

Força Mário!

Viva o Simões!

Gritam os amigos

A plenos pulmões!

CORRIDA DE MOTA. 2jpg

Acabou-se a corrida.

Uns estão tristes

Só um está sorridente.

Com a mota às costas

Lá vem o Mário

Todo contente!

   Zé Onofre

 

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