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Notas à Margem

Notas à Margem

28
Mar24

Comentários 338

zé onofre

                   338

024/03/19

 

Sobre Encontro, Mafalda Carmona. 024/03/18 em https://cotoviaecompanhia.blogs.sapo.pt/

 

Cinzenta

A cor adequada,

Certa, 

Perfeita,

Concisa

Para descrever

Como estou

E o lugar sem nome,

Sem luz, nem sombras,

Sem lucidez, nem loucura,

Apenas vazio.

 

Cinzenta,

A cor que tudo come,

O branco, o preto

E todas as cores.

 

Cinzentos

Somos nós,

Os derrubados,

Por um serôdio D. Sebastião,

Que pensava

Para sempre sepultado

Nos areais de Marrocos

E pelo perfume breve

De um dia em flor.

 Zé Onofre

22
Mar24

Dia de hoje - 101

zé onofre

              101

 

024/03/21 

 

Apelo a todos quantos lançam barcos de palavras neste charco, que hoje excecionalmente, parem esta minha jangada de palavras desconjuntadas.

 

[Silêncio que se vai lançar a Jangada]

 

Hoje é o dia de todos nós,

Que de santo,

De poeta,

E de louco

Todos temos um pouco.

Hoje é dia

De pôr a navegar

Todas as fantasias,

Todas as miragens,

Todas as magias

Que nos ocorrem,

Neste e em outros dias,

Porém só neste ousamos trazê-las,

À luz de todos os olhares.

 

Hoje tive uma revelação,

Tão clara, tão límpida,

Tão liberta de cinza

Que ensombrece o nosso

Viver

Que, só pela sua simplicidade,

Se tornou difícil de nos ocorrer.

 

Hoje tive uma revelação

Que me ordena

Que a anuncie

(Pois hoje é o dia

Em que de santo,

De poeta,

E de louco

Todos temos um pouco)

À cidade e ao Mundo,

A todos de boa, ou má vontade,

Que o futuro mora

Sob um pendão

Branco

Com três letras bordadas.

Um U, tinto de sangue,

Que grita União;

Um B, luminoso sol dourado,

Que acrescenta Bandeira;

E ainda um outro B, azul sereno,

Que termina com a palavra Branca.

 

É com este sinal UBB

Que venceremos

A Guerra, conquistaremos a Paz,

Que apenas exige, a quem a ela se abrigar,

Uma condição apenas,

Desmilitarizar.

  Zé Onofre

19
Mar24

Comentários - 337

zé onofre

                  337  

024/02/15

 

Sobre - Humanidade, Di, 024/02/15, em https://1mulher.blogs.sapo.pt/

 

Fazemos longos tratados sobre Democracia.

Fazemos longos discursos sobre Liberdade.

Fazemos tratados sobre Solidariedade.

Fazemos poemas à Amizade.

Se, em vez, destas prédicas vazias,

Com longas e belas palavras não sentidas,

Abreviássemos a oratória,

Simplificássemos os discursos,

Sem floreados, sem ornamentos, lhanos.

A duas palavras com verdade e sentimento

- Sejamos Humanos.

   Zé Onofre

17
Mar24

Considerações sobre ... 8

zé onofre

024/03/17

 

8 – Sobre a opção pelo Liberalismo/Capitalismo, ou pelo Comunismo.

 

Liberalismo/Capitalismo ou Comunismo:

Qual mata mais?

 

Este texto não me serve, nem deve servir a ninguém, para fazer uma opção            ideológica pelo Liberalismo/Capitalismo, ou pelo Comunismo.

Penso que não se deve descartar o Comunismo, porque ele matou muitas pessoas, ou ser contra o Liberalismo/Capitalismo porque fez o mesmo.

O que divide, essencialmente, estas duas teorias não são as suas capacidades para matar pessoas que, quer um, quer outro, já mostraram ter.

Se este fosse o critério para fazer a opção entre um e outro, não nos restará senão criar uma ideologia, que até já poderá existir, embora pessoalmente não tenha conhecimento dela. Contudo, uma coisa simples sei não pode defender a Exploração do Homem pelo Homem, porque leva à matança de pessoas; também não poderá defender uma Divisão Equitativa da Riqueza, porque leva igualmente à morte de pessoas.

Esta terceira via terá que ter princípios que não provoquem a morte de uma pessoa que seja. Se isso acontecer teremos que procurar uma 4ª, uma 5ª, …

Vamos então ao número de mortos que o Comunismo e o Liberalismo provocaram no séc. XX.

Este texto foi motivado por um bloguista que, no seu espaço de que não me lembro o nome, encabeçava o seu Postal com «O comunismo matou mais de cem milhões de pessoas no séc. XX.»

Como muitos bloguistas, se escudam nestes números para defenderem o seu anticomunismo, e nunca nenhum deles se deu ao trabalho de contabilizar os mortos devido ao Liberalismo/Capitalismo, dei-me ao trabalho de fazer uma pequena pesquisa.

Assentemos, então.

O comunismo matou 100.000.000 – cem milhões – de pessoas, no Séc. XX.

Quantas pessoas morreram devido às lutas entre as potências Liberais/Capitalistas. *

1 - 1904/5 – Guerra Russo-Japonesa: ----------------------------------------- 124.678 mortos.1

2 – 1912/13 – Guerra dos Balcãs ---------------------------------------------- 600.000 mortos.4

3 – 1912/16 – Guerra do Contestado ------------------------------------------- 20.000 mortos.1

4 – 1914/18 – 1ª Guerra Mundial ------------------------------------------ 16.000.000 mortos.1

5 – 1932/35 – Guerra do Chaco (Paraguai-Bolívia) ---------------------------90.000 mortos.1

6 – 1936/39 – Guerra Civil Espanhola ---------------------------------------- 500.000 mortos.3

7 – 1937/45 – 2ª Guerra Sino Japonesa ----------------------------------- 20.000.000 mortos.1

8 – 1939/45 – 2ª Guerra Mundial -------------------------------------------70.000.000 mortos.1

9 – 1946/54 –1ª Guerra da Indochina ----------------------------------------- 500.000 mortos.1

10 – 1948/49 – 1ª Guerra de Caxemira ------------------------------------------ 5.900 mortos.1

11 – 1954/62 – Guerra da Argélia --------------------------------------------- 327.500 mortos.1

12 – 1964/75 – 2ª Guerra do Vietname -------------------------------------6.060.000 mortos.3

13 – 1961/74 – Guerra Colonial Portuguesa ---------------------------------- 55.000 mortos.2

14 – 1965/65 – 2ª Guerra de Caxemira ------------------------------------------ 7.000 mortos.3

15 – 1966/68 – Guerra da Namíbia --------------------------------------------- 15.851 mortos.4

16 – 1967/67 – Guerra dos seis dias -------------------------------------------- 21.800 mortos.5

17 – 1971/71 – Guerra do Bangladesh ---------------------------------------- 338.000 mortos.1

18 – 1971/71 – Guerra Indo- Paquistanesa ----------------------------------- 300.000 mortos.1

19 – 1973/73 – Guerra do Yon Kipur ------------------------------------------ 11.184 mortos.1

20 –1980/88 –  Guerra  Irão-Iraque ------------------------------------------- 367.000 mortos.1

21 – 1982/85 – Guerra do Líbano ----------------------------------------------- 28.228 mortos.1

22 – 1990/91 – Guerra do Golfo ------------------------------------------------ 100.00 mortos.5

23 – 1992/95 – Guerra da Bósnia ------------------------------------------- 1.000.000 mortos.1

24 – 1996/99 – Guerra do Kosovo ----------------------------------------------- 6.900 mortos.1

  

Notas –

*Estes números de mortos são os calculados por baixo.

Fontes consultadas

1 – https://wikipedia.org.wiki/guerra

2 – https://www.dw.com

3 – https:// www.bing.com

4 – https://www. Wikiwanda.com/guerra

5 – https://humanidades/guerra

 

Total de mortos provocados pelo Comunismo, segundo o bloguista referido 100.000.000

Total de mortos provocados pelo Liberalismo/Capitalismo em algumas guerras que pesquisei--------------------------------------------------------------------------------116.237.341

 

Volto a concluir se vamos fazer uma escolha com base no número de mortos provocados pelo Capitalismo, ou pelo Comunismo, temos que mudar de rumos.

Vamos ideologizar um caminho que não provoque nem um morto?

Estou nessa.

Enquanto esse caminho não for criado optemos pelos princípios ideológicos do Capitalismo, ou do Comunismo pondo de parte os mortos porque nisso equivalem-se.

 

Zé Onofre

08
Mar24

Dia de hoje - 100

zé onofre

                     100

 

024/03/07

 

Dizem-me

Não votes AD,

Queres voltar aos cortes de salários,

Ou de reformas?

Não votes no Chega,

Ou na IL,

Queres voltar rapidamente

À vida Caritativa

Do tempo do Estado Novo?

Não votes em aventureirismo,

Que só trará confusão

E instabilidade.

 

Votar em quem, então?

Na costumada alternância

Que diz que faz, mas não faz?

Primeiro

Não pode desobedecer aos seus patrões de Bruxelas,

Servis lacaios do sr. D. Mercado.

Segundo

Não pode desagradar a quem lhe paga

As faturas à espera de favores.

Terceiro porque ele quer ser o bom capataz,

Que não usa o tronco

Apenas utiliza a ameaça do aventureirismo

Causa de instabilidade,

Do capitalismo a que serve.

 

Bem-ditos Fidalgos de Entre Douro e Minho

Que sonharam um futuro outro

Para o Condado Portucalense.

Bem-dito Fernão Vasques, alfaiate,

Que à frente do Povo de Lisboa,

Iniciou a luta contra as loucuras do Formoso

Que punha em risco Portugal.

 

Bem-dita Ínclita Geração

Que sonhou caminhos

Onde outros apenas viam Adamastores.

Bem-ditos Conspiradores de 1640

Que acreditaram que se podia correr com os Filipes.

 

Bem-dito Sinédrio Portuense que acreditou

Que era possível livrarmo-nos

Dos "nossos cínicos aliados Ingleses";  

Em libertar os campos improdutivos,

Para prazer de uns caquéticos senhores,

Paras serem terras de pão.

 

Bem-ditos republicanos que acreditaram

Numa sociedade sem famílias privilegiadas.

Bem-ditos resistentes antissalazaristas

Que apesar das prisões, das torturas e das mortes,

Acharam ser possível acabar com o regime odioso.

 

Bem-ditos Militares do MFA que acreditaram

Ser real acabar com o anacrónico colonialismo.

Bem-ditos os Militares do MFA

Que viram além da exploração capitalista,

E que os Velhos do Restelo

Traíram miseravelmente

O sonho.

Maldita, a maioria de nós

Acomodada a este sistema exploratório,

Acabrunhada e medrosa

De viver um futuro diferente.

Votem então,

Nessa alternância,

Os medrosos que receiam sair deste pântano,

A vida nesta sociedade de enganos.

 

Os que não têm medo de "aventureirismos"

Votarão em partidos que enxergam

Para além das Berlengas,

E não se deixam prender à "Torre de Belém",

Como os que têm saudades do passado,

Ou como aqueles que temem o futuro.

   Zé Onofre

07
Mar24

Dia de hoje 99

zé onofre

 

              99

 

024/03/07

 

Me confesso decidido,

Irei votar.

Seria uma traição,

Não votar.

Uma traição ao meu passado,

A quem sonhou liberdade na prisão,

A quem foi morto a tiro na rua,

A quem foi assassinado nos campos,

A quem pôs primeiro a nossa vida,

Dando pelo futuro a sua.

 

Seria dar-me por vencido.

Sei que com o voto nada mudarei,

Porque o futuro apenas se altera com ação.

Foi agindo,

Correndo à frente dos choques,

Para numa esquina pararmos em choque

Com as mãos escorrendo sangue

De outrem atropelado por algum dos choques.

 

Por isso confesso.

Está decidido vou votar.

Não votar,

Seria apagar as passadas

Lá atrás dadas

Renegar os passos, 

Para conquistar a liberdade de votar,

Nas ruas, reclamada.

 

Confesso que vou votar

Sem condicionamentos de apelos inúteis

Que querem comprar consciências,

Que deite às malvas a razão

Que me moveu a lutas difíceis,

E me move para futuros incríveis.

 

Vou votar numa ideologia,

Num programa que aponta um futuro,

Não para um “País”, entidade abstrata,

Mas para Portugueses, entidades concretas.

Não quero saber,

Se o partido em que votarei terá um só voto,

E que esse voto seja só o meu.

 

Vou votar sem condicionamentos,

Sem dar ouvido aos cantos da sereia,

Que apelam a paraísos mil vezes prometidos,

Outros mil rasgados,

De novo colados com cuspo,

Com apelo ao voto útil,

Tornando inútil

O que de mais íntimo

Sentimos.

 

Não quero saber, se A é mau,

E se a escolha de B, é pior,

É lá vem a história da carochinha,

É preciso votar no menos mau.

E onde fica a liberdade?

Onde fica a minha escolha,

Que por acaso não é A nem B?

Como poderemos realmente saber

O que cada Português

Quer para bem dos Portugueses,

E não o que é melhor

Para os patrões de Bruxelas,

Capatazes servis do Mercado?

  Zé Onofre

 

Votarei «útil».

Votarei no partido da minha preferência.

Votarei Branco.

Votarei Nulo.

 

Não me digam

Esse voto é perdido.

Ninguém me diga,

Vem por aqui.

Irei por onde quero,

Porque sei para onde quero ir,

E não é pelo vosso «voto útil».

01
Mar24

Comentários - 336

zé onofre

                  336 

 

024/02/13

 

Sobre Almocreva, de Zé LG, 13.02.24 em https://alvitrando.blogs.sapo.pt/

 

Sob um céu azul remendado

Que levemente protege

Um casal no cimo do horizonte,

Tendo por vigia um velho poste,

Sente-se que para além daquela cortina

Há vidas escondidas,

Mas não esquecidas.

 

Vidas

Encostadas ao cajado

Olhando o infinito,

Nas cabeças do seu gado

Que pacientemente mordem

As folhas das ervas quase ressequidas.

 

Vidas de homens antigos

E de mulheres feiticeiras

Que de foicinha em punho

Segam o trigo maduro.

Sob um sol inclemente

Lançam à calmaria

Uma canção dolente,

Dorida,

Marcando o ritmo das mãos calejadas.

 

Vidas leiloadas na praça da Vila

A tanto à jorna.

Quanto mais vidas,

A serem leiloadas,

Menor a jorna se paga

Por vidas quase acabadas.

Uma voz que se levanta,

Um zumbido que atravessa a praça.

Logo de seguida,

Ferraduras em tropel no empedrado,

Tiros disparados sem rumo,

Mas com destino.

Uns resistem,

De uma vida,

Que no chão da praça jaz,

Um rio de sangue nasce

Uns vão para a prisão,

Outros para casa acalentando a fome.

Os assassinos regressam ao quartel

Em paz.

  Zé Onofre

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