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Notas à Margem

Notas à Margem

30
Mai24

(Re)Levantar - 3

zé onofre

(Re)Levantar 3

Mais uma vez vou dar mais visibilidade a um Comunicado que circula numa aldeia minha vizinha. 

Comunicado 4

                  Eleições

 

No próximo dia 024/06/09 somos chamados a votar para o “Parlamento Europeu”.

Primeira Mentira, nós iremos votar para o “Parlamento da União Europeia” pela simples razão de que a União Europeia não é a Europa toda.

Antes de votarmos convém saber qual a origem desta Organização multi e supranacional.

Nasceu da necessidade das burguesias dos países destruídos pela guerra se unirem para terem capacidade de resposta para as suas necessidades e aumentar o mercado unificando-o. Assim nasceu a CECA – Comunidade Europeia do Carvão e do aço.

Depois desta experiência foram mais longe e criaram a CEE – Comunidade Económica Europeia.

Finalmente após vários alargamentos tomou o nome de União Europeia, em que as Nações constituintes perderam quase toda a soberania que já era limitada na CEE.

Concluindo aquilo a que chamamos “União Europeia”, não passa de um Projecto Económico para benefício dos Negócios.

Posto isto que é que está em causa nas próximas eleições para o Parlamento da União Europeia?

Há duas visões sobre a União Europeia.

 

1 – a) A União Europeia é a Europa.

  1. b)  A União Europeia é uma parte da Europa.

2 – a) Quem não está com a União Europeia está contra a Europa

  1. b) A União Europeia deve colaborar como iguala frente a outras nações europeias, não pertencentes à União-

3 – a) A União Europeia deve militarizar-se para ter uma voz activa no mundo da Guerra.

  1. b) A União Europeia deve ser um elemento de paz entre nações beligerantes e não agudizar a guerra deitando mais lenha na fogueira.

4 -  a) O superior interesse da União Europeia Economia regida pelas regras do Mercado.

  1. b) O superior interesse da União Europeia deve ser uma economia centrada nas pessoas.                                                                             

5 – a) O Mercado de trabalho deve ser liberalizado facilitando os despedimentos.                                     

  1. b) A União Europeia deve ter uma política de protecção dos trabalhadores.

6 – a) A Economia deve ser fundamentalmente Privada.                                                                            

      b). Os meios de produção fundamentais, pilares da economia centrada nas pessoas devem ser públicos.

7 - a) A Saúde, a Educação e a Segurança Social devem ser privatizados entregues aos Grandes Grupos Económicos.

  1. b) A Saúde, a Educação e a Segurança Social devem ser públicos reforçando a solidariedade intergeracional.

8 – a) As relações internacionais devem obedecer ao interesse da União Europeia como um todo, sendo quase traição uma Nação ter uma acção de acordo com os seus interesses.

     b). Cada nação deve ter a liberdade de fazer acordos bilaterais de acordo com os seus interesses.

9 –a) Orçamentos nacionais devem responder a critérios rígidos, mesmo que prejudiquem os Estados mais fracos.

      b). Os orçamentos nacionais devem ser livres de regras ditadas pela União Europeia de modo a     que cada Governo possa responder às necessidades dos Cidadãos.

10 – Migrantes, emigrantes e imigrantes.

  1. As migrações devem ser reguladas para que não se crie o caos e a descaraterização da Europa.
  2. Não deve haver entraves às Migrações para que todos estejam legalmente no País em que escolheram viver. Migrantes ilegais é uma maneira de explorar essas pessoas, sujeitá-las muitas vezes a situações de escravatura porque são pessoas “inexistentes”. Quem lucra com esta situação são os empregadores que têm ao seu dispor uma mão de obra barata e sem poder reivindicativo.  

 

Veja que União Europeia deseja para o seu dia a dia.

Ouça todos os Partidos e o que defendem para cada um dos princípios expostos.

Vote de acordo com a sua Opção. Não há votos úteis, há votos conscientes.

 

FAL – Frente de Agitação e Luta

27
Mai24

Dia de hoje - 102

zé onofre

               102

 

024/05/27

 

Olho pelas frinchas do tempo

Os actos praticados

No tempo que já foi

Que, contudo,

Continua correndo dentro de mim

Como um riacho.

Ora sereno,

Brilhante,

Cristalino,

Límpido,

Mostrando o seu leito,

Que sou eu;

Ora

Turbulento,

Barrento,

Saltando rugidos de pedra em pedra,

Lançando-se violento,

De desnível em desnível.

 

Olho pelas frinchas do tempo

Os actos praticados

No tempo que já fui

Como espectador isento

Que vê uma fita

Realizada por um cineasta menor.

Porém,

Falta-me essa qualidade.

Não posso deixar de sentir saudades

Do que não fiz

Alegrar-me com alguns feitos

E lamentar outros.

Ali permanecem ainda,

Como ferida aberta,

Ou apenas uma cicatriz.

Marcos indeléveis

Nas praias do tempo.

25
Mai24

(Re)Levantar - canção 2

zé onofre

                          2

 

Vá levanta-te, ó companheira,

Não percas os teus olhos no chão.

Só contigo a lut’é inteira,

Un’a tua mão à nossa mão.

 

Corpo com corpo vamos além.

Sempre unidos vamos sem medo,

À revolução nad’a sustem

Nem feroz repressão, nem degredo.

 

Caminharemos determinados

Rumo à vitória final.

Os mortos irão a nosso lado

Para a partilhar por igual.

     Mota Barbosa

23
Mai24

Levantar 2

zé onofre

Levantar 2

Como ando com falta de ideias para a escrita, hoje vou transcrever um panfleto que encontrei num café de uma aldeia vizinha. Como o achei interessante e penso que deve ir um pouco mais longe resolvi publicá-lo aqui. Espero que chegue mais longe do que os cafés da aldeia vizinha. Ei-lo - 

Carta aos Eleitores

 

"Esta geração europeia vai ser a primeira que vai viver pior do que os pais"

(João Cotrim de Figueiredo)

 

Porque será, sr. João?

 

Caro leitor eleitor, se por acaso tiver algum, leiam bem a opinião de um dos novos Gurus da nossa política, surgido das alas do Liberalismo, ressurgido nos fins do séc. passado, como se fosse uma nova ideologia que surgia para salvação da humanidade.

Talvez, o que vou escrever, não seja novidade para muitos de vós, mas talvez a vossa memória esteja um pouco esbatida. Então as palavras que escreverei serão um despertar da memória para alguns e informação nova para outros.

No final da segunda Guerra, os vencedores – EUAN, URSS, Reino Unido – sentiram a necessidade de encontrar uma solução definitiva, tanto quanto podem ser definitivas as soluções políticas, para uma paz duradoura na Europa.

Os vencedores desentenderam-se por motivos ideológicos. De um lado os EUAN e o Reino Unido, do outro a URSS.

Os EUAN e o RU temiam a influência da URSS. Não a temiam militarmente a sua Opositora, temiam-na ideologicamente. Para os governos dos EUAN e o RU consideravam a ideologia da URSS perniciosa para os seus interesses.     

De Gaulle, da resistência francesa ao Nazismo apoiada pelo Reino Unido, em oposição aos vencedores, EUAN e RU, tinha a opinião que a paz na Europa teria de incluir todas as nações do Atlântico aos Urais, incluindo obviamente a URSS.

Assim não o entenderam os EUAN e o RU e preferiram dividir a Europa em áreas de Influência, ideologicamente antagónicas.

Os EUAN para conquistarem a simpatia das nações europeias puseram em marcha o Plano Marshall. Este plano despejou milhares de milhões de dólares nas mãos das nações europeias, contudo estas apenas receberiam o apoio se eliminassem a possibilidade de os “partidos comunistas” virem a governar.

Foi assim em todas as nações europeias, mas principalmente na Itália e na Grécia onde Os partidos Comunistas tinham grande influência pelo seu papel desenvolvido na Resistência Antinazi/Fascista.

Da rivalidade ideológica facilmente se passou à rivalidade militar. Os EUAN propuseram a criação da OTAN, para conter a ameaça soviética e o perigo vermelho. A seguir a URSS reagiu com a criação do Pacto de Varsóvia. Iniciava-se a Guerra Fria.

Durante os anos da Guerra Fria as sociedades ocidentais, com medo do tal perigo vermelho, organizaram o poder de Estado à volta da Social-Democracia e do Conservadorismo. Contudo um fundo ideológico os unia – o medo do perigo Vermelho.

Em consequência desta realidade os governantes ocidentais foram cedendo às reivindicações sindicais, incluindo acordos colectivos de trabalho, férias, apoio na saúde, subsídio de desemprego, redução progressiva do horário de trabalho, pagamento de horas extraordinárias, …

Nos anos oitenta do séc. passado ganha força nos EUAN e RU o liberalismo, embora nos EUAN nunca tivesse tido um estado “social” à europeia, que se apoiava nos seguintes pilares ideológicos – destruição dos sindicatos (ou controlados pelos interesses da burguesia); privatização total de todos os meios de produção; privatização dos serviços sociais; implementação dos acordos individuais de trabalho; diminuição do tempo de apoio no desemprego; privatização dos fundos de reformas; privatização dos apoios de saúde; privatização das unidades de cuidados de saúde, fundamentalmente os hospitalares; …

Tudo isto se passa numa época em que a URSS passa por convulsões internas, próprias e levadas de fora, que culminou na queda do Muro de Berlim.

Foi a partir daí que o Sol sorriu ao Liberalismo e acordou velhos Fantasmas que andavam encapotados nos velhos partidos institucionais.

A social-democracia que tinha programas semelhantes, mas ainda assim distintos, aproximaram-se dos conservadores. Estes por sua vez, vendo em crescendo os partidos Nazi-fascistas, incluem nos seus programas reivindicações destes e todos os partidos do sistema guinam à direita.

A social-democracia e o conservadorismo europeu, teoricamente separados, mas unidos na ação vão degradando o Estado Social a tal ponto que os a população pobre aumenta, não só entre os desempregados, mas com trabalhadores que não ganham o mínimo para se sustentarem devido ao abaixamento contínuo dos salários e à acumulação da riqueza nas mãos de uns poucos.

Então aparecem os Liberais como os salvadores da economia e do bem-estar social, com propostas tão novas como o séc. XVIII, quando foi fundado o Estado conforme o conhecemos.

Para estes Liberais a situação a que chegamos não é devida à má distribuição da riqueza se deve às políticas sociais do Estado.

 

De 1995 a 20021 – depois da queda do Muro de Berlim - 

1. «1% mais ricos concentram 38% de toda a riqueza produzida no mundo

Desde 1995, os 50% mais pobres capturam apenas 2% do montante. Hoje, 520 mil bilionários, que fazem parte do 0,01% mais rico, concentra 11%».

(https://economia.ig.com.br/2021)

 

Entendem agora qual o objetivo dos Liberais – e seus parentes da AD e Chega – em quererem destruir o Estado Social que a Luta dos Trabalhadores - e o medo do Perigo Vermelho – até à queda do Muro de Berlim.

A partir dessa data tem sido um regabofe, para a Burguesia Capitalista Multimilionária –

 

«A riqueza acumulada pelo 1% mais abastado da população mundial agora equivale, pela primeira vez, à riqueza dos 99% restantes.

Essa é a conclusão de um estudo da organização não-governamental britânica Oxfam, baseado em dados do banco Credit Suisse relativos a outubro de 2015.»

 

Digam ao Sr. Cotrim de Figueiredo porque é que «Esta geração europeia vai ser a primeira que vai viver pior do que os pais».

FAL – Frente de Agitação e Luta

Com agradecimento à FAL

Mota Barbosa 

 

21
Mai24

(Re)Levantar1

zé onofre

(Re)Levantar - 1

 

Levanta-te companheiro,

Que o chão não é lugar.

Levanta-te companheiro

Que o chão não lugar.

 

Não t’encoraj’o passado  

Lutar sem nenhum quartel?

Não te sentes humilhado

Por quem te tira a pele?

 

Ergamo-nos companheiros

Que a luta vai ser dura.

Ergamo-nos companheiros

Que a luta vai ser dura.

 

Queremos um mundo novo,

Feito bem ao nosso jeito.

Queremos um mundo novo,

Feito bem ao nosso jeito.

 

O capital nos aperta

Cada vez com mais rigor.

O capital nos aperta

Cada vez com mais rigor.

 

Companheiros é urgente

Erguer a luta do povo.

O capital, cruel sempre

Já nos esmaga de novo.

 

Ergamo-nos companheiros

Que a luta vai ser dura.

Ergamo-nos companheiros

Que a luta vai ser dura.

 

Queremos um mundo novo,

Feito bem ao nosso jeito.

Queremos um mundo novo,

Feito bem ao nosso jeito.

18
Mai24

Canto Triste - XXVII

zé onofre

Canção XXVII

 

024/05/10

 

Eles deturparam o nosso discurso, pá. 

Eles deturparam o nosso discurso.

Escrito com todo o cuidado e clareza,

Era um discurso, puro, simples e cristalino, 

Eles deturparam o nosso discurso, pá

 

Deturparam-lhe o sentido, 

As intenções e os objetivos.

Destruíram o nosso discurso

Que anunciava um futuro outro.

Eles deturparam o nosso discurso, pá.

 

Nele anunciávamos a igualdade

Numa nova sociedade humana.

Mostrávamos os segredos da exploração,

E tinha tudo para ser vencedor.

Eles deturparam o nosso discurso, pá.

 

Eles denegriram o nosso discurso, pá

Era contra a acumulação da riqueza,

Disseram que queríamos a pobreza.

Nós, apenas queríamos pão por igual.

Eles deturparam o nosso discurso, pá.

  Zé Onofre

16
Mai24

Comentários - 341

zé onofre

                   341

 

024/05/11

 

Sobre Farol, Rui Silva,11/05/024, em https://rmpsfotografia.blogs.sapo.pt/

 

Ser farol,

Sempre alerta,

Indicando o caminho,

A quem vem,

A quem vai

Ou talvez a ninguém.

 

Solitário no seu posto,

Entre a nesga de terra

Que o sustem

E o firmamento que o abriga

E à sua frente o imenso oceano.

 

Não se pergunta,

O que faço aqui?

Está somente.

Em tempo de calmaria,

De aragens suaves,

De violentas tempestades

Está ali firme, simplesmente.

 

Sempre alerta,

Indicando o caminho,

A quem vem,

A quem vai

Ou talvez a ninguém.

   Zé Onofre

13
Mai24

Comentários - 340

zé onofre

B340 ------------ 355

 

024/05/08

 

Sobre, Barulho de fundo, IM Silva, 024/05/08 em https://imsilva.blogs.sapo.pt/

 

Todos falamos

Sobre um perturbante ruído de fundo.

O barulho

Que mais (me) perturba

É o ruído sem som

Que se cola aos nossos passos.

 

É um ruído sombra,

Rede emaranhada

De palavras escritas,

De palavras faladas

Largadas no vento,

Largadas no vazio,

Dos papéis brancos,

No vazio das praças,

No vazio das multidões.

 

Palavras perdidas,

Sem sentido

E sem direção

Que silenciosamente nos pedem contas

Porque as lançamos

Sem querermos saber

Do seu rumo.

 

Há um perturbante ruído de fundo

Dos sonhos esbanjados

Em palavras soltas

Em todos os ventos do mundo.

Zé Onofre

12
Mai24

Canto triste - Canção - XXVI

zé onofre

                   XXVI

 

024/03/04

 

Caro amigo, de lutas velho companheiro,

Temos de arranjar mais tempo p’ra falar.

Tentar perceber, em que caminho ou carreiro,

Perdemos a lucidez e a vontade de lutar?  

 

Talvez tenhamos minimizado o inimigo

Deixámo-lo sem vigilância constante.

Esquecemos o cuidado daquele amigo

Que dizia tende cuidado a cada instante.  

 

Como seria que ele, com um só ouvido,

Conseguia distinguir, entre tantos pregões

Iguais prometiam tudo com igual alarido,

Quais eram pura mentira, eram apenas ilusões.

 

Como é que nesta mentira nos deixamos cair?

Agora aprendemos na pele, nos ossos até à raiz

Dos cabelos, que basta estar atento e ouvir

Se o discurso se dirige às pessoas ou ao País.

 

Há quem fale genericamente para todos.

Agora, cuidado, muito cuidado meu amigo,

Toma atenção, é uma floresta de engodos.

Exploradores e explorados num só gigo?

 

Uns prometem fazer dos círculos quadrados,

Outros dão o sol na eira e chuva no nabal,

Quer um quer outro são mentirosos refinados,

São casos para um severo tratamento mental.

 

Vamos ter cuidado e manter vivo o ouvido,

Estar atento de onde vem tão doce canção.

É que esconde o verdadeiro e real sentido,

Que não passa de uma reles e vil imitação.

 

Companheiro, agora a luta é mais acutilante,

Começa pela atenção ao que cada um, fala,

Tendo em atenção ao que se faz bom falante,

O importante não é o que diz, é o que cala.

  Zé Onofre

Deixemo-nos de olhos baixos, caídos a lamentar

Descuidos passados em denunciar os aldrabões

Agora é a hora de saltar á rua e alto cantar,

Cuidado amigos, com os vendedores de ilusões.

10
Mai24

Das Eras - Parte V - 36

zé onofre

              36

 

024/05/10

 

Três boas fadas

Te fadaram ao nascer.

Democratizar.

Descolonizar.

Desenvolver.

 

As lágrimas grossas da alegria

Esconderam os velhos senhores

Das antigas matanças.

Conseguiram destruir 

Todas as esperanças

Do mundo novo por vir.

 

Abril, as fadas que te fadaram

Foram pouco felizes no fadar.

Os dons eram puros e verdadeiros,

Mas a seu jeito, cada um os manipulou,

Que trouxeram a terreiro

Quem, ao nascer, te malfadou.

 

Ai Abril, abril, 

De lágrimas é o teu caminho.

De ódio, por quem não te desejou.

De pura alegria e nobreza  

De quem mais alto voo te futurou,

E que agora são de dor e tristeza.

   Zé Onofre

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