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Notas à Margem

Notas à Margem

28
Jun24

Dia de hoje - 105 A

zé onofre

105 (A)

 

Amarante, 024/06/22

 

A Francisca, minha neta, 6 anos de gente feliz.

 

Hoje é dia de festa.

 

Crianças,

A rigor vestidas,

Desfilam compenetradas e vaidosas

Para os pais, em lágrimas sorridentes,

Para os avós enternecidos,

Sob a maestria,

De calma aparente,

Das educadoras orgulhosas.

 

Hoje,

Celebra-se a Infâncias gloriosa.

Os Infantes a deles, agora.

Os outros a das crianças e a sua

Que adormecida jaz nos tempos de outrora.

 

Espreito o chão,

Onde lágrimas

Em sorrisos contidas,

Não caem

Evaporadas no calor da emoção.

 

Sigo o seu rasto.

 

Vejo, lá no alto,

Os nossos idos

Pousados nas nuvens.

Assistem, com ternura,

Às suas vidas que aqui

Em alegria se continuam.

  Zé Onofre

26
Jun24

Comentários 342

zé onofre

                342  

024/05/---

 

Sobre “Viajantes, Mafalda Carmona, 13 MAI 24, em

https://cotoviaecompanhia.blogs.sapo.pt/

 Quem caminha pelo desconhecido

A muito se aventura,

Vá só ou acompanhado.

Em cada curva uma surpresa,

Uma mão,

Conhecida, desconhecida,

Surge  

Ampara o caminho da descoberta.

  Zé Onofre

23
Jun24

FAL - Comunicado 6

zé onofre

Caminhos velhos, novas lutas, a mesma luta

024/06/23

 

Os estudantes de Coimbra,

Hoje cinquenta e cinco anos vão,

Vinham ao Porto fazer uma perninha

Às rusgas do Santo do Solstício de Verão.

 

Na carreira cantavam – “Ó meu rico São João, 

Se és amigo da Malta,

Fecha a televisão

A verdade faz lá falta.”

 

A polícia previamente avisada

Do que a estudantada aprontava,

Mandou parar, em Grijó, a rapaziada.

Deu-lhes meia volta, a Coimbra a recambiava.

 

Todos estes anos continuou a mentir,

Mas sempre nos modos a refinar.

Mentirosa, sim, mas com o tempo a evoluir

Na arte de melhor o povo intrujar.

 

Naqueles tempos de antigamente,

A desculpa era o censor e a ditadura.

Mas, ó meu São João presentemente,

Deixam-se comprar pela usura.

 

Se alguém enobrece a profissão

À verdade entreabrindo um postigo,

É apupado como traidora aberração

A soldo de um presumível inimigo.

 

Por isso amigos e fiéis companheiros,

Que lutamos sempre pela dignidade,

Rusguemos de novo a João, santo inteiro,

Que feche a televisão, continua sem verdade.

  FAL - Frente de Agitação e Luta

publicado por Mota Barbosa

18
Jun24

Dia de hoje - 105

zé onofre

               104

 

024/06/18

 

Ando por espaços estranhos,

Onde não há Norte, nem Sul,

Onde seres estranhos vagueiam

Por entre sombras e penumbras.

 

Ando por estranhos começos

Como, se de repente,

Nestes lugares remotos

Estivesse a nascer sempre.

 

Parece que flutuo de película em película,

Pessoa criada por argumentistas,

Diretores de cena

Realizadores e editores.

 

Vagueio de filme em filme,

De imagem em imagem,

À procura da fita original,

Sem saber onde a perdi

Ou ela me deixou cair.

        Zé Onofre

08
Jun24

(Re)Levantar - Canção 3

zé onofre

                      3

 

A Luta do dia a dia

 

Esta luta do dia a dia

De todos combates o mais duro

É ter os pés assentes na terra,

E não se ter medo do futuro

 

Ó companheira, ergue a voz,

Ó companheiros, dai-vos a mão.

Ó companheira, lê os sinais

Que apontam à revolução.

 

Um camarada só não tem força,

Será, quando muito, o fermento

Que destes fracos nos fará fortes

Todos unidos num só intento

 

Que quando acabada a luta

Chegará a justiça à Terra

Em que todos comerão o pão

E não haverá quem coma merda.

    Mota Barbosa

02
Jun24

(Re)Levantar - 4

zé onofre

  Eis mais um comunicado que circula aqui e pelas aldeias vizinhas            

A PAZ NA EUROPA ENTRE 1945 e 1991

Vamos constactar factos e não juízos de Valor.

 

Problemas económicos e fronteiriços

 

I – A – Na Europa Ocidental

  • Em 1944, ainda durante a Guerra, Bélgica, Netherlands (Holanda) e Luxemburgo assinam entre si um acordo que acaba com as barreiras aduaneiras – Benelux.
  • Robert Schumann, para contornar as rivalidade Franco-Alemãs sobre o Sarre propõe em Paris – 1950 – a criação da CECA – Comunidade Europeia do Carvão e do Aço que reuniria o Benelux, a França, a Alemanha Federal e a Itália.
  • Em 1957 os mesmos países criam o Mercado Comum – CEE, Comunidade Económica Europeia.
  • Os países ocidentais que não pertenciam à CEE unem-se na EFTA – Tratado Europeu de Comércio Livre
  • Seguem-se alargamentos da CEE – Irlanda, Reino Unido e Dinamarca. A seguir a Grécia. Depois Portugal e Espanha. Finalmente aderem os restantes países que pertenciam à EFTA, dissolvendo-se esta.

B – Os países da Europa Oriental unem-se no COMECON.

 

II – Defesa Europeia

     

     A – Na Europa Ocidental

  • Em 1949 alguns países da Europa Ocidental, os EUAN e o Canadá formam a OTAN.

B – Na Europa Oriental

  • Em 1954 a URSS solicita a adesão à OTAN para a criação de uma força comum para toda a Europa.
  • Os países da OTAM recusam.
  • A URSS e os países da Europa Oriental criam o Pacto de Varsóvia e depois o Muro de Berlim em 1961.

 

III – Alterações políticas na Europa até 1991

     

    A – Na Europa Ocidental

1 – Todas as Instituições criadas estão funcionais.

B – Na Europa Oriental.

1 – 1989 é derrubado o Muro de Berlim.

2 – 1991 a URSS colapsa.

3 – O Comecon e o Pacto de Varsóvia são dissolvidos.

 

IV – Guerra

Em 1991 tem início a Guerra na Federação Jugoslava.

 

VI – Pergunta com resposta conclusiva.

Em face a estes factos e as suas respectivas datas respondam sem preconceitos – Que é que ajudou a manter a Paz na Europa entre 1945 e 1991?

 

FAL – Frente de Agitação e Luta                                         Comunicado 5

02
Jun24

Dia de hoje - 103

zé onofre

               103

 

024/06/02 – 02:00h

 

Não me lembrei que ontem/hoje

É/foi dia da Criança.
Pensar que também já fui criança.
Enquanto o fui não sabia que o era.

Era apenas um ser que brincava,

Ria e chorava,

Corria comos os cabritos pelos montes,

Mergulhava nas águas geladas das poças de rega

Ou nas correntes águas d do Tâmega.

Brincava à cabra-cega,

Ao bate e fica, à bruxa da ajuda,

Jogava o pião, saltava à corda com vergas de vides, jogava a macaca,

Dançava canções de roda,

E tantas outras coisas naturais para o ser que era.
Maquinalmente ia à missa,

À catequese, ao terço, fazia a via sacra,

Apenas porque sim

E porque antes e depois havia muitos amigos

Para brincar.

Jogava a bola de trapos

Que tanto servia para acertar nas canelas,

Rebentar os sapatos, novos ou velhos,

Como para jogar o mata.
Fazia tudo que havia para fazer

Porque era da natureza das coisas serem feitas.
Tudo isso eu fazia sem saber que era criança.
Apenas me apercebi que fui criança,

Quando deixei de fazer tantas coisas

Que já não era da natureza serem feitas.

Nesse momento morri.
Será que então renasci,

Ou um outro ser nasceu daquilo que fui?
Que conservo desse tempo

Em que fui criança sem o saber?
Talvez venha dessa perda,

A minha queda para a melancolia

A vontade de encontrar um futuro

Onde todas as crianças

Possam ser crianças sem saberem que o são,

Que façam coisas naturais

Para aquilo que são.

Que possam brincar de pés descalços,   

Vivendo em casas, palacetes, ou barracas,

Todos iguais sendo crianças sem o saberem

Brincando com coisas próprias de crianças

Nos campos e nos montes,

Ou nas areias do deserto

Sem brincarem ao rou-rou

Sem bombas como esconderijos.

Que possam brincar só com um sol brilhando no céu,

Só com nuvens de água,

Ou de areia,

Mas sem nuvens da fumaça das bombas.

Que possam brincar ao princípio da noite,

À luz das estrelas, ou do luar

Sem a luz artificial de bombas em explosão.

Que possam ser crianças

Como quando fui criança sem o saber,

Em que o que importava,

E apenas deve importar é ser,

Ser apenas e não ter.

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