Comunicado 9 – Revolução e as eleições na Venezuela
Primeira Observação
Há Estados que gostam de meter o bedelho nos assuntos internos de outros. Arrogam-se o direito de legitimar ou ilegitimar eleições em Países que não precisam da sua le3gitimação para nada.
Os únicos com direito a contestar os resultados eleitorais de um Estado são os cidadãos desse mesmo Estado. Como se diz cá na minha Terra “quem está de fora racha cavacos”.
Se os EUAN, a EU, e outros Estados não acreditam na legitimidade das eleições venezuelanas, a única solução que lhes resta é cortar relações diplomáticas com o Governo Venezuelano, e deixar aos Venezuelanos resolverem as suas questões internas, sem interferências estrangeiras.
Segunda Observação
Em sentido contrário jogam outros estados e forças partidárias que apoiam o sr. Maduro porque, como toma uma posição antiamericana, antiUE, e outros Estados alinhados com estes, já é considerado “progressista, anti-imperialista e patriótico.”
Penso sinceramente, pelas informações que possuo e considero fidedignas, que o Sr. Maduro não é anti-imperialista, não é democrata e que usa de todos os meios necessários para se manter no poder. Não contesto a sua eleição, porque não sou venezuelano, e se o fosse não sei se teria razões para o fazer, mas também não me regozijo pela sua eleição.
Um Presidente, e um governo, que usa todos os meios e recursos para ganhar apoios não pode ser do meu agrado, porque o meu apoio tanto lhe fez como lhe faz.
Vejamos o que ele fez ao PCV – Partido Comunista da Venezuela - «… a verdade é que a forma como a liderança do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) forjou esta “aliança” baseou-se na intervenção judicial dos partidos políticos que historicamente apoiaram o processo de mudança na Venezuela, para impor diretivas ad hoc ao serviço dos seus interesses.
O último caso desta ofensiva antidemocrática foi o ataque judicial ao Partido Comunista da Venezuela (PCV), perpetrado em agosto de 2023: o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) retirou a personalidade jurídica aos militantes comunistas legítimos para a entregar a um punhado de agentes políticos do PSUV que não hesitaram em esconder os seus compromissos com altos responsáveis do partido do Governo, como Diosdado Cabello ou Freddy Bernal.
O roubo do boletim PCV tem sido apontado por advogados na Venezuela e em diversas partes do mundo como “um erro indesculpável” por parte do poder judiciário:
“Os magistrados da Câmara Constitucional do Supremo Tribunal de Justiça incorreram num erro de direito indesculpável ao admitir e decidir um mandado de amparo, promovido de forma extemporânea por um grupo de cidadãos que não militam nas nossas fileiras e, portanto, não têm qualquer qualificação legal para agir em nome do PCV”, explicou Yul Jabour, que integra a equipa de advogados do partido do Galo Vermelho. […]. Até agora, relata Jabour, não houve resposta do TSJ. Na verdade, a defesa do PCV nem sequer recebeu a cópia autenticada da sentença que deixou sem boletim eleitoral a mais antiga organização política do país.
[…] Para Jabour, as manobras do governo Maduro contra os comunistas tornam evidente o “paradoxo dos chamados governos progressistas: apresentam-se como supostos bastiões do anti-imperialismo, mas perseguem e proíbem organizações revolucionárias como a nossa”. »
Terceira Observação
Fico extremamente desagradado com a opinião do militante do PCP que esteve presente no ato eleitoral Venezuelano e que com a sua opinião, apenas porque o PSUV/Maduro se apresentam como anti-imperialistas e antiamericanos, dê cobertura aa ato eleitoral das Presidenciais Venezuelanas dizendo que “O que tive oportunidade de observar foi um ambiente de grande tranquilidade democrática e de mobilização popular no acto eleitoral, nomeadamente nos diversos centros de votação que visitei em caracas”, esquecendo os atropelos que o PSUV/Maduro, que o convidou, cometeu contra os seus camaradas do PC da Venezuela.
Afinal com quem se identifica o PCP.
Com o PSUV/Maduro – Social democrata, logo capitalista não podendo ser considerado anti-imperialista, como no-lo apresenta; ou com os camaradas revolucionários do PC da Venezuela?
Nota – as citações apresentadas foram tiradas do blogue “Pelo socialismo”,
https://pelosocialismo.blogs.sapo.pt/
Este texto é cópia do Comunicado 9 da FAL – Frente de Agitação e Luta