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Notas à Margem

Notas à Margem

25
Fev25

Sobre ... 17

zé onofre
  1. Sobre …

 025/02/23

 A ameaça russa

 “António Costa alertava no Financial Times que a “a Rússia deve ser encarada como ameaça global”, para acrescentar que a Europa deve negociar uma nova arquitetura de segurança que encare Moscovo como “uma ameaça não apenas para a Ucrânia”, escreve o Público no dia 18 do corrente.”  In https://blogs.sapo.pt/ , blogue apropositodetudo, Manuel AR

Desde já quero dizer que não sou politólogo, não passo de um cidadão comum atento ao que aconteceu e acontece à minha volta. “Leio” os factos não como acontecimentos isolados no tempo, mas como o culminar de um processo que se vinha desenrolando e que continuará o seu caminho.

Não sou daqueles que olha para a história e diz que império Bizantino terminou com a Queda de Constantinopla no dia 29 de maio de 453 em que finda a Idade Média e se inicia à Idade Moderna.

 Para quem vê na tomada de Constantinopla o fim da Idade Média no dia 24 de fevereiro de 2022 a Rússia invadiu a Ucrânia, ponto.  

Desde que me conheço ouço falar na ameaça Soviética, comunismo, e desde a implosão da União Soviética na ameaça Russa.

O curioso é que o «medo» aos russos não é um fenómeno só de agora, mas que percorre toda a História da Europa.

Para não pensarem que falo porque sou alinhado com A, B, ou C, apoio as minhas afirmações em factos históricos que passarei a citar.

I – Do livro “A idade média no ocidente =dos bárbaros ao renascimento = Balard, Michel et alteri. – 1ª edição. – Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1994.

  1. A palavra Europa muda então de sentido. […] este termo cumula-se de uma conotação política e religiosa […] Catulfo qualifica Carlos Magno de «chefe do reino da Europa […] Este conceito da Europa respeita a todos os povos cristãos latinos e romanos.” – pág. 74
  2. “Como doravante é proibido reduzir um cristão à escravatura, a única alternativa é uma verdadeira «caça ao homem» entre os Eslavos” – pág.92
    1. “Povos situados em geral para além do Elba e do quadrilátero da Boémia” – pág. 72
  3. “Dinamarqueses e varegues (suecos) penetram por seu lado no coração do mundo Eslavo” – pág. 228
  4. “Henrique Leão, depois de ter fundado uma nova Lubeque em 1158, luta contra os Obodritas, organiza as marcas de leste e a Pomerânia. À medida que as conquistas avançam, recorre-se a colonos para ocuparem os territórios aos eslavos” – pág. 237
  5. “No final do séc. XIII a Lituânia ainda resiste à expansão germânica e à conversão […].” – pág. 238

II – no livro “O mundo moderno”, Corvisier, André. – Edições Ática, Lisboa, 1976

  1. “Ivã III (1462-1505) […] realizou a unificação territorial da Rússia, repeliu os Lituanos.” – pág. 107
  2. “A Rússia é separada da Europa Ocidental pelos polacos, lituanos, alemães (Cavaleiros Teutónicos, Cavaleiros Porta-Gládios, hanseáticos) que a consideram bárbara.” – pág. 107
  3. “Sigismundo, o rei da Polónia, aproveitou a oportunidade para tentar pôr o seu filho Ladislau no trono dos czares.” – pág. 168
  4. “pela paz de Stolbovo (1617), os russos abandonavam aos suecos o acesso ao golfo da Finlândia. A paz com a Polónia foi rompida em 1632. Os russos batidos tiveram de renunciar a Smolensk.” - pág. 172
  5. “A Polónia apoiava-se nos Cossacos […] revoltaram-se e colocaram-se sob a suserania dos czares, o exército russo aproveitou a oportunidade para retomar Smolensk. – pág. 172
  6. A paz […] de Andrussovo outorgava Smolensk e Kiev à Rússia.” – pág. 172
  7. “Carlos XII […] cometeu a imprudência de marchar contra Moscovo passando pela Ucrânia.” – pág. 310
  8. “Pelos tratados de Estocolmo (1719) […] a Rússia obtinha a Livónia, a Estónia, a Íngria, uma parte da Carélia e Viborg.” – pág- 310

 

III – do livro “A formação da Rússia moderna”, Kochan, Lionel .-Editora Ulisseia, Lisboa, sd

  1. “A nova Moscóvia do sec. XVII era já um Estado organizado […] Havia organização da população segundo os interesses do Estado.” – pág. 83
  2. “As cidades principais a ocidente, como Novgorod, Smolensk, continuavam ainda na posse dos suecos e polacos, respectivamente.” – pág. 94
  3. Depois de uma luta irregular, que incluiu um ataque a Pskov, terminou com a paz de Stolbovo, em 1617. A mediação da Holanda e Inglaterra, por motivos comerciais, e um empréstimo dos ingleses ajudaram a facilitar o acordo. A Moscóvia pagou uma indemnização de 20.000 rublos de prata, recebendo em troca a evacuação dos suecos de Novgorod […] ainda que continuasse em seu poder a costa sul do golfo da Finlândia. – Pág. 94-95
  4. A Polónia […] com Smolensko ainda em seu poder lançaram uma ofensiva que os levou, em 1618, às proximidades de Moscovo. […] em 1634 foi assinada uma «paz eterna».” – Pág.95
  5. “O seu fim desastroso verificou-se em 1650 na Ucrânia (Pequena Rússia) […] Conflito extremamente complexo entre polacos, Russos, e Cossacos […] A Polónia depois da sua união com a Lituânia em 1659, começava também a controlar os territórios da Lituânia.” – Pág. 96
  6. “De novo, aceitar ideias do ocidente, técnicas diversas, tinha de certo modo um sabor a traição, desde os tempos dos Cavaleiros da ordem Teutónica para cá apontava sempre a Moscóvia como um agressor.” – Pág. 99
  7. “Pedro foi certamente o mais venturoso e vigoroso de todos os czares nos seus esforços para tornar a Rússia (como Moscóvia se passou a chamar no seu reinado) capaz de competir com o Ocidente.” – Pág. 108
  8. Carlos XII [da Suécia], em vez de tirar partido da sua vitória de Narva marchando imediatamente sobre Moscovo, inflectiu para sul.” – Pág. 108
  9. “Pedro já fizera várias tentativas para obter a mediação da paz com a condição de conservar São Petersburgo.” – Pág. 115
  10. Em 1706, Carlos começou a marchar da Polónia para Leste […] em 27 de junho de 1709 (8 de julho do novo calendário) Carlos sitiou a pequena cidade-fortaleza de Poltava.” – Pág. 116
  11. [Na paz com a Suécia] ”A Rússia recebeu as terras da Livórnia, Estónia, Íngria, parte da Carélia […] e obrigava-se a restituir todo o território da Finlândia à Suécia.” – Pág. 117
  12. A influência germânica atingiu o seu apogeu em São Petersburgo sendo ministro dos Negócios Estrangeiros um dos seus representantes mais ilustres. Ele baseou a sua política numa aliança com os Habsburgo da Áustria em oposição ao sistema francês […] que abrangia a Suécia, a Polónia e a Turquia […].” – Pág. 142
  13. “Conflito Franco-Russo pelo trono da Polónia. Finalmente, após dois anos de luta, em 1733 a 1739, a Rússia conseguiu impor Augusto III.” – Pág.142
  14. “Em junho de 1812, o grande exército atravessou o Niemen penetrando em território russo.” – Pág. 157
  15. “Em 1853, tentou afirmar com maior vigor […] a Rússia como protectora dos súbditos Ortodoxos do Sultão. O Sultão recusou-se a aceitar […] a Rússia ocupou a a Moldávia e a Valáquia […] A França e a Inglaterra aliaram-se aos Turcos. A Austrália também se juntou […] tomaram a fortaleza de Sebastopol em 1855.” – Pág. 182
  16. “Em 1875, aquando das revoltas contra o poder turco em Bósnia e da Herzegovina – Pág. 203 – […] No verão do ano seguinte […] as forças sérvias e montenegrinas revoltaram-se contra os Turcos. […] Milhares de voluntários [russos] foram juntar-se aos sérvios […] no início de 1877 os sérvios foram derrotados. […]. Então os [russos] declararam abertamente guerra aos turcos. […] O tratado de Berlim de 1878 […] confirmou a independência da Sérvia, Montenegro e România […] e a anexação da Bessarábia pela Rússia.” – Pág. 204
  17. “Em 1908-9, quando a Áustria e a Hungria anexaram a a Bósnia e a Herzegovina […] a Sérvia reagiu encorajada pelo poder russo […] a Rússia sofreu um ultimato. Esta suspendeu de imediatamente o seu auxílio à Sérvia.” – Pág. 267
  18. “A primeira ofensiva russa [1ª grande guerra] culminou pela derrota de Tannemberg em agosto de 1914. A campanha foi empreendida para corresponder ao apelo dos franceses.” – Pág. 272
  19. [durante a revolução bolchevique] “Não evitou que destacamentos americanos, japoneses, […] ingleses, italianos desembarcassem em Vladivostok.” – Pág. 294
  20. [durante a revolução bolchevique]. Entretanto as tropas aliadas desembarcavam nos portos de Murmansk e Arcângel, no mar Branco.” – Pág. 294
  21. [durante a revolução bolchevique]. As tropas inglesas avançaram através do Baluchistão e da Pérsia.” – Pág. 294
  22. “Em dezembro de 1917 um acordo interaliado efectivado em Paris e assinado por Milner e Robert Cecil, em representação da Inglaterra, e por Clemenceau e Foch, pela França, dividiu a Rússia em esferas de interesses franco-ingleses.” – Pág. 295
  23. O último impulso veio da Polónia. Em abril de 1920 […] e em maio tomou Kiev.” – Pág. 299

IV – Da internet

Wikipédia – Organização do tratado do Atlântico Norte

  1. Em 1948, os lideres europeus, reuniram-se […] no Pentágono […] as negociações resultaram no Tratado do Atlântico Norte.”
  2. “Em 1954, a União Soviética sugeriu que deveria aderir à NATO para preservar a paz na Europa. Os países da Nato […] acabaram por rejeitar a proposta.”
  3. “Jack Matlock, o embaixador americano na União Soviética durante os seus anos finais, disse que o Ocidente deu um «compromisso claro» de não Expandir. […] Hans-Dietrich Gensher, então ministro das relações exteriores da Alemanha Ocidental disse, em conversa com Edward Shevardnaze: “Para nós, no entanto, uma coisa é certa, a NATO não irá expandir para Leste.”

Wikipédia – Pacto de Varsóvia

  1. “O acordo foi criado em reacção à integração da Alemanha Ocidental na Organização do tratado do Atlântico Norte, em 1955.”

Wikipédia – De Gaulle e a Europa

  1. “Retirou a França do comando militar da OTAN e lançou a palavra de ordem «A Europa do Atlântico aos Urais». O que demonstra que não tinha medo do Stalinismo, de Staline e respeitava o enorme sacrifício russo com 25 milhões de mortos causados pela ofensiva hitleriana. […] Este é um verdadeiro exemplo de um lutador pela Europa Independente, progressista e pluralista. Um exemplo infelizmente esquecido.”                                                                                                          Espero que aqueles que tiveram pachorra para chegar até aqui tenha lido e que agora reflicta sobre o Títtulo 
13
Fev25

Notas à margem 2025 - 2

zé onofre

               2

 

025/02/13

 

Dizem,

Os crentes de todas as religiões,

As chamadas do Livro,

Que Deus é

Misericórdia,

Bondade,

Beleza,

Doçura,

Fidelidade,

… … …

Amor.

 

Segundo o tal Livro

Deus,

Ao sexto dia disse

Façamos o homem à nossa imagem e semelhança,

E assim se fez.

 

Ora,

Olhando a humanidade que somos,

Lendo a definição

Que de Deus nos dão,

Muito se poderá concluir.

 

Como não quero contradizer

Crentes e teólogos

Vou apenas dizer que,

Quando Deus fez o Homem

Deveria estar numa feira  

E nos moldou

Conforme a imagem das distorções.

   Zé Onofre

04
Fev25

Relevantar Spartakus - 80 - canção XXXIII

zé onofre

80, Canção XXXII

 

025/02/03

 

Ei, ó jovem, não estás só.

Olh’em volta, somos teus irmãos.

Vem lutar, de ti não tenhas mais dó,

Ganha coragem, dá-nos as mãos.

 

Ó jovem, a solidão

É uma maneira de fugir

À procura de um mundo irmão,

Vem n esta rusga deixa-te ir

 

Apenas em união,

Ganharemos gás

Para retomar a revolução

Construir um futuro de paz.

 

Não serás só mais

Um na luta contra a exploração.

Não tenhas medo que não cais,

Não te abandonaremos, não

 

Agora, que sabes não estar só,

Caminharemos de mão na mão

De quem nos mata não haverá dó

Esta é a decisão.

 

É a hora, é.

Não pares a vitória está lá,

E lá chegaremos em pé

Que é ali já.

 

Não procures fora, a força está

Em ti, em ti, em ti, em ti.

Crê qu’em ti ela está.

Acredita, nunca te menti.

 

Tens de confiar em nós.

Juntos seremos invencíveis

 

 

Vencê-los-emos unidos, nunca sós.

Enche o peito seremos invencíveis.

 

Tem fé, unidos seremos invencíveis

Tem fé, unidos seremos invencíveis

Tem fé, unidos seremos invencíveis

Tem fé, unidos seremos invencíveis.

    Zé Onofre

02
Fev25

A propósito de ... 360

zé onofre

B360 ----- 351

 A propósito de … - Vaga Maresia, Mafalda Carmona, 17 JAN25, em https://cotoviaecompanhia.blogs.sapo.pt/ Foto no blog

O24/01/21

 

Todos somos abandonados,

Deixados sós,

Na beira da estrada,

À beira-rio,

No areal junto ao mar,

Frente ao precipício,

Na margem da vida.

 

Foi um sonho

Que tanto prometia

E ao primeiro raio da aurora

Lá foi

No primeiro raio de sol.

 

Foi uma fantasia

Tida ao cair da infância,

Quando tudo é possível

E a vida sorri,

Tombada na primeira valeta,

Onde outras fantasias jazem,

Ao alvorecer da nova idade…

 

Que pessoa nunca foi abandonada

Por pares,

Que pareciam caminhar connosco

E apenas iam a nosso lado,

Tantas vezes ficamos abandonados.

 Outras tantas retomamos o caminhar,

Com novos sonhos,

Novas fantasias,

Novos amigos,

Num ir sem fim

Sempre em frente

À espera de um novo alvorecer.

    Zé Onofre

30
Jan25

A propósito de ... 359

zé onofre

                  359   

025/01/21

A propósito de Almas gémeas, S Cunha, 21 JAN25, em https://cunhasemcunhas.blogs.sapo.pt/ .  

 

Um banco numa praça.

Duas pessoas sem tempo,

Sentadas lado a lado,

Vindas do passado, do futuro,

Ou num presente parado?

 

Conhecidos de longos anos,

Ou fortuitamente ali encontrados,

Parecem conversar,

Calmamente, pela postura,

Embora não se perceba o tom das vozes,

Que lhes saem dos lábios quedos.

 

De que falarão?

 

Dos tempos que já foram,

Saudosamente lembrados?

Dos tempos presentes,

Unanimemente calmos, turbulentos,

Ou serenamente contraditado?

 

Projectarão, eles,

Futuros,

Reflexos do passado,

Continuação do agora,

Ou novos futuros

Iguais ou distintos?

 

Apenas sabemos

Que estão ali.

  Zé Onofre

29
Jan25

Sobre ... 15

zé onofre

 

       15 – Sobre ….

 

025/01/28

 

Holocausto

 

Na sequência da 2ª Guerra Mundial os Europeus (residentes na Europa, ou nos continentes para onde emigraram, colonizaram, ocuparam e criaram comunidades de origem europeia), quase todos Cristãos, de todas as Igrejas cristãs, carregados de culpa criaram um Estado para instalarem os professantes do Judaísmo, para se verem livres do chamado problema Judaico na Europa. Não só não se livraram do problema, como criaram outro na Palestina.

Antes de continuar convém escrever um pouco de história.

Iniciou-se com Constantino que através do édito de Milão (313) determina a neutralidade do Império em relação ao credo religioso e determina o fim das perseguições aos cristãos. Em 321 Constantino para agradar aos cristãos decreta o Domingo como dia de repouso. Finalmente com Teodósio I, 395, o Cristianismo passa a única religião legal do Império.

A perseguição aos praticantes do Judaísmo, e de outras religiões, começou com a aproximação dos Imperadores Romanos ao Cristianismo e, conforme este se ia instalando nos limites do Império, pior se tornava a vida dos praticantes de outras religiões. Com a expansão do Cristianismo, ser Romano era ser-se cristão, quem o não fosse estava sujeito a perseguições.

Aconteceu, então, que os perseguidores de ontem (que segundo dizem eram lançados aos leões nos circos, acusados de envenenar as fontes, que praticavam canibalismo «comendo» o seu próprio “deus”, de terem sido acusados de incendiarem Roma) se tornaram os carrascos de hoje, perseguindo quem não fosse Cristão, entre os quais sobressaiam os praticantes do Judaísmo, no seio do local havia nascido a religião Cristã, agora dominante no Império.

Como constatamos os velhos perseguidos esqueceram os martírios porque passaram para passar a infligi-los a outros.

A hostilização aos Homens de Religião, como dizia o Pe. António Vieira, aumentou e exacerbou-se durante a Idade Média de quer uma das manchas mais negras foi protagonizada pelos Reis Ibéricos – Fernando e Isabel, em 1492, e Manuel I, em 1496 – que enunciaram a tese - um reino, um povo, uma religião – forçando os praticantes do Judaísmo e do Islamismo a converterem-se ao Cristianismo, ou à expulsão com perda de todos os bens.

Esta mancha negra dos Cristãos Europeus e seus descendentes noutros continentes atingiu o clímax no Holocausto feito pelos Nazis alemães e os seus muitos aliados noutras nações.

É preciso não esquecer o Holocausto e, quanto a mim, não é reconhecendo as nossas culpas, ou desabafar como Bento XVI – “Onde é que Tu estavas?”

Não esquecer o Holocausto é olhar, com olhos de ver, o mundo e identificar onde Ele continua a acontecer todos os dias desde o momento em que os campos de morte Nazi foram abertos e deixaram passar pelos seus portões uma humanidade Humilhada e degradada.

Continua a acontecer por diferenças religiosas, ideológicas, étnicas, culturais ou por qualquer tentativa de pôr em causa o domínio de quem detém o Poder económico, político e militar.

Todavia a maioria dos que dizem «É preciso não esquecer» são os mesmos que apoiam perseguições, genocídios, mortes inúteis, lançando armas cada vez mais sofisticadas para Guerras que envergonham a Humanidade. São os mesmos que vendo vizinhos desavindos e prestes a entrar em conflito, não se colocam entre os dois para os deter, mas tomaram partido por um deles e os abastecem  de armas de todo o tipo e feitio.

São esses que tentam cortar na saúde, nas reformas, na educação, nos direitos sociais dos seus concidadãos para se armarem até aos dentes e aumentarem os actuais holocaustos.

São os mesmos que olham para a Palestina, veem o massacre de milhares de pessoas, em que talvez mais de um terço sejam crianças, a destruição de hospitais e escolas, aldeias e cidades ataques a campos de refugiados e continuam a apoiar o Estado facínora e a vender-lhe armas para que a sua sanha destruidora não esmoreça.

O mais caricato é que estes assassinos são descendentes, parentes ou irmãos na Fé, ou assim se dizem; daquele milhões de seres humanos que foram levados com bois para os matadouros dos campos da morte Nazis.

Aqui faço um parêntesis para homenagear aqueles, e os filhos daqueles, que nos pedem para não esquecermos, e, ao mesmo tempo manifestam o seu apoio aos Palestinos*. A minha vénia a esses.

Agora falemos dos outros, dos seguidores de David Ben-Gurion e do seu Sionismo que prevê um Grande Israel do Eufrates ao Mar Vermelho, com um só Povo e uma só Religião.

Os perseguidos de ontem, são os exterminadores de hoje.

E são esses e os seus apoiantes que nos dizem para não esquecer, quando eles já se esqueceram.

                                                        *

       Zé Onofre

 

28
Jan25

Das Eras Parte VII - 6

zé onofre

              6

 

024/01/28

 

Mark Rutte, secretário-geral da NATO: “Quando se observa o que os países gastam em pensões, no sistema de segurança social e na saúde, basta uma fração desse gasto para garantir que o orçamento de defesa atinja um nível que sustente os nossos retornos a longo prazo”.

Paz (dicionário ilustrado da Língua Portuguesa, Fernandes, Fernando. - Círculo de Leitores, Lisboa, 1984. Pág.1356, vol. III) s. f. Situação de um país que não está em guerra; cessação das hostilidades; tranquilidade pública; serenidade; sossego; descanso; silêncio.

Paz (Dicionário, etimológico, da Língua Portuguesa, Machado, José Pedro. - 2ª edição. - Livros Horizonte, Lisboa, 1967, pág.1778, vol. III) s. Do lat. pace-, «paz (depois da guerra).

Paz (Grande dicionário HOUAISS da Língua Portuguesa, Houaiss, Antônio, 1ª edição. - Círculo de Leitores, Lisboa, 2015. Pág. 2948, vol. V). s.f. Relação entre pessoas, nações etc que não estão em conflito; concórdia.

Paz (Grande dicionário da Língua Portuguesa, Machado, José Pedro. - Sociedade da Língua Portuguesa, Lisboa, 1991. Pág.603, Vol. IV) – União, concórdia, amizade.

 

As palavras,

Como são incertas,

As palavras.

Quem as vê perfiladas nos dicionários

Sérias,

Hirtas,

Sem sorrisos, nem choros,

Sem mágoas, nem tristezas,

Neutras, monocórdicas

Até acreditamos nelas.

 

«Mas»,

(Dizem que há sempre um)

A confusão começa

Quando sacadas do seu habitat natural,

Os dicionários,

Onde descansam das torcedelas

Que quem as usa lhes dá.

Para que sirvam interesses,

Os mais obtusos.

 

Há, porém, uma

(não é que não haja mais)

Que deveria ser sagrada,

De sentido monolítico,

Que não deveria ser moldada,

E essa é Paz.

 

Essa uma,

É tratada como uma vadia,

Prostituída

Nas esquinas da cidade

Onde habitam

Os Senhores deste Mundo.

 

Das varandas do Vaticano,

Um homem de branco vestido

Olha a multidão a seus pés

E pede ao seu “Infinito”

Paz

 

Lá, no outro lado junto ao Atlântico,

Num edifício de uma cidade,

Um homem impotente,

Invoca, do alto da sua fragilidade,

Paz para o Mundo.

 

Em vários locais deste planeta,

Da mais remota ilha

Aos continentes,

Do mais desconhecido lugarejo

À maior e mais poderosa Metrópole,

Pessoas reunidas

Em assembleias,

Congressos,

Seminários

Terminam lendo um papelote luxuoso

Onde clamam Paz.

 

A gente

Para, escuta e ouve

O que nesta nossa cansada Terra

Se ouve mais alto.

Não é o vagido de um bebé,

Não é o rolar de dois corpos que se amam,

Não são os beijos dos namorados,

Não é o beijo terno dos pais aos filhos,

Não é o zumbir de uma abelha,

Não é o cantar dorido do rouxinol,

Não é a aragem fresca da manhã,

Não é o bater das ondas nas rochas,

Não é o som dos vendavais,

Não é o estrondo dos trovões,

Não é o roncar dos vulcões,

O que mais alto soa,

Continuamente sem intervalo,

É o som da metralha,

A voz da morte.

 

A gente

Para, olha e vê

O que nesta nossa cansada Terra

Brilha mais forte.

Não é a luz dos pirilampos,

Não é a luz da lamparina,

Não é a luz da rua,

Não é a luz que ilumina a estátua da Paz,

Não é a luz que varre o chão das prisões,

Não é a luz de um farol,

Não é a luz do relâmpago em noite de tempestade,

É a luz da morte, que a metralha produz,

Que ilumina riachos de sangue,

Que regam desertos, campos e montes.

 

Por detrás dessa tempestade,

De sons e luzes

Que a morte espalha,

Estão as mesmas pessoas

Que em assembleias,

Congressos,

Seminários,

Apelavam, Paz.

 

Interrogamo-nos.

Onde essa Paz que não vem?

Ou será que veio

E não a reconhecemos como Paz?

Será que a Paz daquelas figuronas

Reunidas em assembleias,

Congressos e seminários

Que no fim clamam Paz.

É a paz

Como se diz nos dicionários

“País que não está em guerra”,

“Paz (depois da guerra)”,

“Concórdia”,

“União”.

 

Paz,

Um estado de compreensão,

De humanidade igual

De partilha,

De respeito,

Na saúde e na doença,

Até à morte natural.

Esta á a Paz dos pequeninos

Que nunca saíram,

Ou não quiseram sair,

Do estado pueril da inocência.

 

A outra Paz,

Que se faz preparando a Guerra,

Sacrificando a saúde e a segurança social,

É a Paz dos Imperialistas Capitalistas.

Paz, para eles,

É o estado em que eles ditam as regras,

Decidem como se devem organizar os Estados.

 

O problema é que entre os Imperialistas,

Embora o objectivo seja o mesmo,

É que ambos querem ser os Imperadores,

E dizem-se uns aos outros,

Com facas nos dentes,

O império, sou eu.

 

Coitados dos Povos

Que por azar

Se encontram no caminho  

Dos imperialistas,

Ambiciosos de serem Senhores do Mundo.

 

Coitados dos que no meio desta sanha guerreira,

Que faz chover sangue e corpos,

Por montes e vales,

Planícies e desertos,

Rios, lagoas e areais,

Ousam manter a luz acesa

Enviar canções de esperança

No vento que passa.

Que é possível viver

Sem esta maldita desgraça.

Estes são os piores inimigos,

Maldita gente de ruim raça,

Inimigos da Civilização,

Serão para sempre amaldiçoados,

Não terão refúgio, nem quartel,

Todos serão crucificados.

   Zé Onofre

27
Jan25

Das Eras Parte VI - 5

zé onofre

              5

 

025/01/25

  

António Mendonça. "Discurso sobre bem-estar, clima, equidade social, é um bocado lírico", "se queremos paz, temos de nos preparar para a guerra"

 

Para o Capitalismo, Paz

É uma palavra mui banal,

Que apenas sentido lhe faz

Se em defesa do Capital.

 

Para o Capitalismo, Paz

Não é viver-se independente,

Livre de ir onde nos apraz,

É ser-se do Capital servente.

 

A Paz é uma palavra vã,

Diz o Capitalismo, se quer

Cada um marcar seu amanhã

E rejeitar o que eu lhe der.

 

Paz, um tempo fugaz que consiste,

Diz o Capitalismo, no poder

Que tenho de julgar quem resiste

Como inimigo a abater.

 

Como tudo que se faz na Terra

Precisa de uma explicação,

“Se queres paz, prepara a guerra”,

Repete sempre até mais não.

 

Esta Paz do Imperialismo,

Não é uma Paz Universal,

É apenas um maquinismo

P´ra ter no poder o Capital.

 

 “Se queres a paz, prepara a guerra” 

Repete o Capital insistente,

Não para que haja Paz na Terra

Antes um conflito permanente.

 Zé Onofre

21
Jan25

A propósito de ... 358

zé onofre

                     358 

 

A propósito de - Liberdade. -  MJP, 17 JAN 25 em https://liberdadeaos42.blogs.sapo.pt/

 

025/01/17

 

Liberdade é …

Uma ave pousada,

Sob um céu cinzento

Com pequenos remendos azuis,

Penas eriçadas,

Talvez por um vento gélido

De primavera a começar,

De olhar impassível,

Um horizonte que alcançará

De um voo só.

 

Liberdade é …

A ave ir,

Ou ficar.

Apenas ela o decidirá,

Que nada a impede de ir,

Ou de estar.

Apenas a sua vontade

Do momento

A fará tomar as asas do vento.

 

A liberdade é …

Aquela ave ali,

Somente pousada,

Naquela rede-grade

Em que nada a retém,

Nada a detém.

Tal e qual as suas irmãs

Que, perto, por ali andarão

Em voos livres,

Ou descansam noutros pousos serenos.

Serem livres de voar,

De estar,

Saberem que a mãe natureza

Não tem filhos e enteados

E por ninguém é possuída

Que é de todos a sua riqueza,

Não é monopólio de alguém.

 

Se nós,

Pobre humanidade agrilhoada

Entre as teias do possuir

E da ambição de mais ter,

Fôssemos como as aves abençoadas

Apenas com a alegria do Ser.

   Zé Onofre

20
Jan25

Relevantar Spartakus - 79, canção XXXI

zé onofre

            79, Canção XXXI             

 

025/01/19

 

Nossa vida difícil de viver,

Nossa história escrita com suor

Sangue e trabalho doloroso

Árduo e duro.

Nessa viagem p’ra lá da dor

À procura dum viver puro.

 

Nossa vontade, nossa luta, nosso farol,

Nosso barco forte, robusto,

Nossa caminhada, trilho aberto ao futuro,

Nossa voz que a todos conclama

Que derrubemos este muro.

 

Por um futuro novo lutamos,

Por um novo Mundo livre nos esforçamos,

Por uma vida nova corremos,

Revolução a caminho contra o Capital.

Nossa salvação, visão da Liberdade,

Nossa resolução fazer um Mundo igual.

Nossa vida digna de se viver

Com a vontade e armas que temos nas mãos.

 

Agor’e sempre

Contr’à selvagem exploração.

Est’ ideal em nós vivente,

Pôr final aos exploradores.

Fiéis camaradas

Assim continuamos a luta

Persistente ‘té à libertação total. 

    Zé Onofre

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