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Notas à Margem

Notas à Margem

07
Mar24

Dia de hoje 99

zé onofre

 

              99

 

024/03/07

 

Me confesso decidido,

Irei votar.

Seria uma traição,

Não votar.

Uma traição ao meu passado,

A quem sonhou liberdade na prisão,

A quem foi morto a tiro na rua,

A quem foi assassinado nos campos,

A quem pôs primeiro a nossa vida,

Dando pelo futuro a sua.

 

Seria dar-me por vencido.

Sei que com o voto nada mudarei,

Porque o futuro apenas se altera com ação.

Foi agindo,

Correndo à frente dos choques,

Para numa esquina pararmos em choque

Com as mãos escorrendo sangue

De outrem atropelado por algum dos choques.

 

Por isso confesso.

Está decidido vou votar.

Não votar,

Seria apagar as passadas

Lá atrás dadas

Renegar os passos, 

Para conquistar a liberdade de votar,

Nas ruas, reclamada.

 

Confesso que vou votar

Sem condicionamentos de apelos inúteis

Que querem comprar consciências,

Que deite às malvas a razão

Que me moveu a lutas difíceis,

E me move para futuros incríveis.

 

Vou votar numa ideologia,

Num programa que aponta um futuro,

Não para um “País”, entidade abstrata,

Mas para Portugueses, entidades concretas.

Não quero saber,

Se o partido em que votarei terá um só voto,

E que esse voto seja só o meu.

 

Vou votar sem condicionamentos,

Sem dar ouvido aos cantos da sereia,

Que apelam a paraísos mil vezes prometidos,

Outros mil rasgados,

De novo colados com cuspo,

Com apelo ao voto útil,

Tornando inútil

O que de mais íntimo

Sentimos.

 

Não quero saber, se A é mau,

E se a escolha de B, é pior,

É lá vem a história da carochinha,

É preciso votar no menos mau.

E onde fica a liberdade?

Onde fica a minha escolha,

Que por acaso não é A nem B?

Como poderemos realmente saber

O que cada Português

Quer para bem dos Portugueses,

E não o que é melhor

Para os patrões de Bruxelas,

Capatazes servis do Mercado?

  Zé Onofre

 

Votarei «útil».

Votarei no partido da minha preferência.

Votarei Branco.

Votarei Nulo.

 

Não me digam

Esse voto é perdido.

Ninguém me diga,

Vem por aqui.

Irei por onde quero,

Porque sei para onde quero ir,

E não é pelo vosso «voto útil».

24
Fev24

Que viva Spartakus 44

zé onofre

 

                 44 - Resistência de novo

 

024/02/23

 

Companheiro, atenção a estes sons negros

Que zumbem sobre as nossas cabeças.

Companheiros, este som é o alerta

Para que o Capital ouça a nossa voz.

 

Saiam das fábricas, deixem os campos,

As secretarias, os supermercados,

Tirem as areias com que vos cegam,

Libertai-vos dos exploradores e seus sicários.

 

Companheiros, agora é o tempo da ação,

De minar o inimigo com tudo que tivermos.

É agora o momento certo para combater,

Antes que assuma a forma de fascismo.

 

Somente nós, destruiremos as barras

Desta prisão, em que iludidos estamos

Como se em liberdade vivêssemos,

Onde o insaciável Imperialismo nos quer.

 

Chegou a hora de cortar com a mentira

Deste falso paraíso que nos envenena.

E unidos iremos até à vitória final,

Ou acabaremos como anhos no matadouro.

 

Companheiros se for necessário regressar

Ao tempo dos sussurros e das sombras,

Então regressemos. Um dia voltaremos

Para fazermos a nossa hora acontecer.

 

Companheiros, não tenhamos medo

De marchar com força e determinação.

Honremos Spartacus, e todos quantos

Lutaram contra os Senhores do Mundo.

 

Companheiro, atenção a estes sons negros

Que zumbem sobre as nossas cabeças.

Companheiros, este som é o alarme

Para que o capital ouça a nossa voz

  Zé Onofre

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