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Notas à Margem

Notas à Margem

10
Dez23

HISTÓRIAS PARA ENSINAR A LER E A ESCREVER - LIVRO III - ZITO

zé onofre

ZITO - 2005.04.20

 

Zito! Zito!

Onde se terá metido

O nosso amigo?

Procuraram nos campos

Procuraram nos montes

Procuraram no sótão

Procuraram nas fontes,

Mas do Zito

Nem risos,

Nem voz,

Nem sombra no chão.

 

Deixemo-lo p’ra lá.

Vamos nós brincar

Aos índios e vaqueiros

Aos polícias e ladrões

Ou vamos antes

P’ró Tombio aos rebolões.

 

Pelo campo fora

Em alegre gritaria

Vão o Carlos e o Quim,

O Tónio e o João

Toda a companhia

Das brincadeiras

Do Verão.

 

Chegados ao Tombio

Que coisa espetacular!

ZITO.jpg

O Zito montado

Numa zorra velha

Pela encosta abaixo

Parecia voar.

 

De solavanco em solavanco

A alta velocidade

Arrepia-se-lhe o cabelo

De tanta felicidade.

 

E ele vai louco

Audaz e destemido

Um salto mais alto

Espalha-se ao comprido.

Zé Onofre

 

08
Nov23

Dia de hoje - 88

zé onofre

               88

 

023/11/08

 

Havia um quintal.

No quintal havia um carvalho.

No carvalho havia bugalhos.

 

Havia um quintal.

No Inverno florescia o batatal.

Todo o ano produzia couves.

 

Havia um quintal.

No Verão resplandecia de brincadeiras,

No solo remexido e poeirento.

 

Havia um quintal.

Havia oito irmãos

Para o quintal.

 

Com os oito irmãos

O quintal

Deixava de ser apenas quintal.

 

Com os irmãos

Os simples bugalhos,

Transformavam-se em maravilhas.

 

Agora o quintal é acampamento.

A tranca da porta da cozinha

Com lençóis faziam a tenda do Comandante,

 

Agora os bugalhos são ciclistas,

A fazerem a Volta a Portugal.

Com esforço trepam o Marão e a Estrela,

E outras serras menores,

Suam pelas planícies tórridas do Alentejo,

Seguem à sombra das vinhas de enforcado

Em estradas serpenteando pelo verde Minho,

Por vilas e cidades,

Por aldeias perdidas

Que nem os mapas conseguem encontrar.

 

Agora o quintal é uma colina

Onde uma cabana se ergue,

Casino onde se joga às cartas,

Sala de conversas animadas,

Quarto secreto

Onde a passarada canta de madrugada,

Enquanto as estrelas se somem uma a uma

E o Sol raia pelo carvalho.

 

Havia um quintal.

Havia um carvalho com bugalhos.

Havia oito irmãos.

Havia imaginação,

Que tornava imensas

Os dias e as noites,

E sem fim

O Verão.

  Zé Onofre

22
Set23

Histórias de A a Z para aprender a ler e escrever - Livro III- BRINCADEIRAS

zé onofre

BRINCADEIRAS 

 

Seis rapazes pequenos,

Eram apenas seis,

Inventavam brincadeiras

Até histórias de reis.

 

“Eu sou Dom Tiago,

Bravo como os touros,

Que num só golpe

Matei sete mouros”.

 

E partiam todos,

Bravos cavaleiros,

Espadas de pau

Montados em escalheiros.

BRINCADEIRA.jpg

 

A mim, gritava D. Tiago,

Com a sua voz de trovão.

Brandindo a espada

Matava mil duma só mão.

 

E os seus cinco fiéis

E nobres companheiros:

“Viva, viva Dom Tiago

O melhor dos cavaleiros.

 

Viva, viva, Dom Tiago,

Bravo como os touros,

Que num só golpe

Matou mil mouros.

 

O sino bate as horas

E os seis meninos, seis,

Voltam a ser rapazes

Acabaram-se os reis.

    Zé Onofre

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