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Notas à Margem

Notas à Margem

01
Mar24

Comentários - 336

zé onofre

                  336 

 

024/02/13

 

Sobre Almocreva, de Zé LG, 13.02.24 em https://alvitrando.blogs.sapo.pt/

 

Sob um céu azul remendado

Que levemente protege

Um casal no cimo do horizonte,

Tendo por vigia um velho poste,

Sente-se que para além daquela cortina

Há vidas escondidas,

Mas não esquecidas.

 

Vidas

Encostadas ao cajado

Olhando o infinito,

Nas cabeças do seu gado

Que pacientemente mordem

As folhas das ervas quase ressequidas.

 

Vidas de homens antigos

E de mulheres feiticeiras

Que de foicinha em punho

Segam o trigo maduro.

Sob um sol inclemente

Lançam à calmaria

Uma canção dolente,

Dorida,

Marcando o ritmo das mãos calejadas.

 

Vidas leiloadas na praça da Vila

A tanto à jorna.

Quanto mais vidas,

A serem leiloadas,

Menor a jorna se paga

Por vidas quase acabadas.

Uma voz que se levanta,

Um zumbido que atravessa a praça.

Logo de seguida,

Ferraduras em tropel no empedrado,

Tiros disparados sem rumo,

Mas com destino.

Uns resistem,

De uma vida,

Que no chão da praça jaz,

Um rio de sangue nasce

Uns vão para a prisão,

Outros para casa acalentando a fome.

Os assassinos regressam ao quartel

Em paz.

  Zé Onofre

26
Set23

Histórias de A a Z para aprender a ler e escrever - Livro III - Lenda

zé onofre

     LENDA 

 

Era uma vez Lara,

Pastora de longo cabelo,

Que guardava o gado

Ao pé de um castelo.

 

Era uma vez Luís,

De olhar penetrante,

Que do alto do castelo

Vigiava o mundo distante.

 

Um certo dia Luís,

Cansado do horizonte,

Descansou os olhos

Na encosta do monte

 

Reparou, então, em Lara

Pastora de rara beleza

Que guardava o seu gado

Junto á fortaleza.

 

Esquecendo a vigia,

Descurando o dever,

Voando pela escada

Com a Lara foi ter.

 

Vieram os inimigos,

Velozes e matreiros

Tomam o castelo

Fazem-nos prisioneiros.

LENDA.jpg

Vendo tudo perdido

Sem outros meios

Chamou em socorro

O amigo feiticeiro.

 

Atendido o pedido

Foi só um momento

Ficaram penedos

Largados no tempo.

 

Hoje, quem lá sobe

Sente um arrepio

Ao ver aquela beleza

Ao sentir o vento frio

 

E diz, ainda, a lenda

Que o amor continua

E no mês de Agosto

Dançam à luz da lua

   Zé Onofre

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