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Notas à Margem

Notas à Margem

29
Jan25

Sobre ... 15

zé onofre

 

       15 – Sobre ….

 

025/01/28

 

Holocausto

 

Na sequência da 2ª Guerra Mundial os Europeus (residentes na Europa, ou nos continentes para onde emigraram, colonizaram, ocuparam e criaram comunidades de origem europeia), quase todos Cristãos, de todas as Igrejas cristãs, carregados de culpa criaram um Estado para instalarem os professantes do Judaísmo, para se verem livres do chamado problema Judaico na Europa. Não só não se livraram do problema, como criaram outro na Palestina.

Antes de continuar convém escrever um pouco de história.

Iniciou-se com Constantino que através do édito de Milão (313) determina a neutralidade do Império em relação ao credo religioso e determina o fim das perseguições aos cristãos. Em 321 Constantino para agradar aos cristãos decreta o Domingo como dia de repouso. Finalmente com Teodósio I, 395, o Cristianismo passa a única religião legal do Império.

A perseguição aos praticantes do Judaísmo, e de outras religiões, começou com a aproximação dos Imperadores Romanos ao Cristianismo e, conforme este se ia instalando nos limites do Império, pior se tornava a vida dos praticantes de outras religiões. Com a expansão do Cristianismo, ser Romano era ser-se cristão, quem o não fosse estava sujeito a perseguições.

Aconteceu, então, que os perseguidores de ontem (que segundo dizem eram lançados aos leões nos circos, acusados de envenenar as fontes, que praticavam canibalismo «comendo» o seu próprio “deus”, de terem sido acusados de incendiarem Roma) se tornaram os carrascos de hoje, perseguindo quem não fosse Cristão, entre os quais sobressaiam os praticantes do Judaísmo, no seio do local havia nascido a religião Cristã, agora dominante no Império.

Como constatamos os velhos perseguidos esqueceram os martírios porque passaram para passar a infligi-los a outros.

A hostilização aos Homens de Religião, como dizia o Pe. António Vieira, aumentou e exacerbou-se durante a Idade Média de quer uma das manchas mais negras foi protagonizada pelos Reis Ibéricos – Fernando e Isabel, em 1492, e Manuel I, em 1496 – que enunciaram a tese - um reino, um povo, uma religião – forçando os praticantes do Judaísmo e do Islamismo a converterem-se ao Cristianismo, ou à expulsão com perda de todos os bens.

Esta mancha negra dos Cristãos Europeus e seus descendentes noutros continentes atingiu o clímax no Holocausto feito pelos Nazis alemães e os seus muitos aliados noutras nações.

É preciso não esquecer o Holocausto e, quanto a mim, não é reconhecendo as nossas culpas, ou desabafar como Bento XVI – “Onde é que Tu estavas?”

Não esquecer o Holocausto é olhar, com olhos de ver, o mundo e identificar onde Ele continua a acontecer todos os dias desde o momento em que os campos de morte Nazi foram abertos e deixaram passar pelos seus portões uma humanidade Humilhada e degradada.

Continua a acontecer por diferenças religiosas, ideológicas, étnicas, culturais ou por qualquer tentativa de pôr em causa o domínio de quem detém o Poder económico, político e militar.

Todavia a maioria dos que dizem «É preciso não esquecer» são os mesmos que apoiam perseguições, genocídios, mortes inúteis, lançando armas cada vez mais sofisticadas para Guerras que envergonham a Humanidade. São os mesmos que vendo vizinhos desavindos e prestes a entrar em conflito, não se colocam entre os dois para os deter, mas tomaram partido por um deles e os abastecem  de armas de todo o tipo e feitio.

São esses que tentam cortar na saúde, nas reformas, na educação, nos direitos sociais dos seus concidadãos para se armarem até aos dentes e aumentarem os actuais holocaustos.

São os mesmos que olham para a Palestina, veem o massacre de milhares de pessoas, em que talvez mais de um terço sejam crianças, a destruição de hospitais e escolas, aldeias e cidades ataques a campos de refugiados e continuam a apoiar o Estado facínora e a vender-lhe armas para que a sua sanha destruidora não esmoreça.

O mais caricato é que estes assassinos são descendentes, parentes ou irmãos na Fé, ou assim se dizem; daquele milhões de seres humanos que foram levados com bois para os matadouros dos campos da morte Nazis.

Aqui faço um parêntesis para homenagear aqueles, e os filhos daqueles, que nos pedem para não esquecermos, e, ao mesmo tempo manifestam o seu apoio aos Palestinos*. A minha vénia a esses.

Agora falemos dos outros, dos seguidores de David Ben-Gurion e do seu Sionismo que prevê um Grande Israel do Eufrates ao Mar Vermelho, com um só Povo e uma só Religião.

Os perseguidos de ontem, são os exterminadores de hoje.

E são esses e os seus apoiantes que nos dizem para não esquecer, quando eles já se esqueceram.

                                                        *

       Zé Onofre

 

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