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Notas à Margem

Notas à Margem

04
Fev25

Relevantar Spartakus - 80 - canção XXXIII

zé onofre

80, Canção XXXII

 

025/02/03

 

Ei, ó jovem, não estás só.

Olh’em volta, somos teus irmãos.

Vem lutar, de ti não tenhas mais dó,

Ganha coragem, dá-nos as mãos.

 

Ó jovem, a solidão

É uma maneira de fugir

À procura de um mundo irmão,

Vem n esta rusga deixa-te ir

 

Apenas em união,

Ganharemos gás

Para retomar a revolução

Construir um futuro de paz.

 

Não serás só mais

Um na luta contra a exploração.

Não tenhas medo que não cais,

Não te abandonaremos, não

 

Agora, que sabes não estar só,

Caminharemos de mão na mão

De quem nos mata não haverá dó

Esta é a decisão.

 

É a hora, é.

Não pares a vitória está lá,

E lá chegaremos em pé

Que é ali já.

 

Não procures fora, a força está

Em ti, em ti, em ti, em ti.

Crê qu’em ti ela está.

Acredita, nunca te menti.

 

Tens de confiar em nós.

Juntos seremos invencíveis

 

 

Vencê-los-emos unidos, nunca sós.

Enche o peito seremos invencíveis.

 

Tem fé, unidos seremos invencíveis

Tem fé, unidos seremos invencíveis

Tem fé, unidos seremos invencíveis

Tem fé, unidos seremos invencíveis.

    Zé Onofre

21
Dez23

Histórias para aprender a ler e a escrever - Livro III - Dono do Mundo

zé onofre

DONO DO MUNDO 

 

Quico de pé,

Do alto de um penedo,

Olhando o rio,

Gesticulava sem medo,

Declarando naquele segundo,

Quebrando um segredo

Ser dono do Mundo.

DONO DO MUNDO.jpg

Do alto da sua pequenez,

Olha os campos além.

Desafia

Pretendentes desconhecidos,

Com quantas forças tem.

Assegura bem alto

Ser dono único da seara,

Ser esta sua,

Só sua,

E de mais ninguém.

Foi assim,

Nestes preparos,

Que o foram encontrar,

De chapéu na mão.

Ao ouvir e ver

Tamanha ousadia,

Do seu tímido irmão,

Os mais velhos riem

E têm a certeza

Que ali andou garrafão.

  Zé Onofre

08
Nov23

Dia de hoje - 88

zé onofre

               88

 

023/11/08

 

Havia um quintal.

No quintal havia um carvalho.

No carvalho havia bugalhos.

 

Havia um quintal.

No Inverno florescia o batatal.

Todo o ano produzia couves.

 

Havia um quintal.

No Verão resplandecia de brincadeiras,

No solo remexido e poeirento.

 

Havia um quintal.

Havia oito irmãos

Para o quintal.

 

Com os oito irmãos

O quintal

Deixava de ser apenas quintal.

 

Com os irmãos

Os simples bugalhos,

Transformavam-se em maravilhas.

 

Agora o quintal é acampamento.

A tranca da porta da cozinha

Com lençóis faziam a tenda do Comandante,

 

Agora os bugalhos são ciclistas,

A fazerem a Volta a Portugal.

Com esforço trepam o Marão e a Estrela,

E outras serras menores,

Suam pelas planícies tórridas do Alentejo,

Seguem à sombra das vinhas de enforcado

Em estradas serpenteando pelo verde Minho,

Por vilas e cidades,

Por aldeias perdidas

Que nem os mapas conseguem encontrar.

 

Agora o quintal é uma colina

Onde uma cabana se ergue,

Casino onde se joga às cartas,

Sala de conversas animadas,

Quarto secreto

Onde a passarada canta de madrugada,

Enquanto as estrelas se somem uma a uma

E o Sol raia pelo carvalho.

 

Havia um quintal.

Havia um carvalho com bugalhos.

Havia oito irmãos.

Havia imaginação,

Que tornava imensas

Os dias e as noites,

E sem fim

O Verão.

  Zé Onofre

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