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Notas à Margem

Notas à Margem

03
Jan25

Cantos tristes canção XX

zé onofre

Canção XX

 

025/01/03

 

Ser trabalhador é algo mais

Do que cumprir uma tarefa

Fazer como quem pensa

Que naquele acto está bem tensa

A sua força e o lucro do patrão.

 

É saber que tem o poder na mão,

Se ao seu camarada o juntar,

Para com a sua união o mundo mudar

Erradicando a exploração.

 

É ter vontade de não se sujeitar

Ter por destino uma nova sociedade,  

Sem necessidade de guerrear.

 

É lutar sempre com a firme razão

É ser-se suporte e guarda da liberdade

Dizê-lo com alegria numa canção.

   Zé Onofre

08
Fev24

Cantos tristes - XXIV

zé onofre

Canção XXIV

 

024/02/08

 

Jovem em teu peito sinto a revolta

E ausência de forças para lutar.

Jovem, em tua boca sinto palavras

De rebeldia que dizes sem expressar.

 

Jovem, de teus olhos desprendem-se raios

E não encontras alvos para acertar,

Em teus braços há músculos esperando

Uma faísca que os faça retesar

 

Se houver algum muro que a impeça

Não penses deixa estar

Que se tu o desejares tanto

Não vai há ver muro que para a parar.

 

Mira-te no exemplo dos teus maiores,

Escuta-os dizendo como alcançar,

Fica sabendo que há sempre um rio

De forças prontas a que te podes juntar

 

Aprende como construir o futuro

Apertando a outra mão à tua mão

Sereis uma corrente de lav’em chama

Que jorra de um adormecido vulcão.

 

Se houver algum muro que a impeça

Não penses deixa estar

Que se tu o desejares tanto

Não vai há ver muro que para a parar.

 Zé Onofre

02
Set23

Notas à margem - Canto triste - Canção XXIII

zé onofre

023/09/02

Canção XXIII

 

Passei por ti vinhas da escola,

Passei por ti vinhas da escola

Vinhas de aprender a lição.

Trazias o saber na sacola,

Trazias o saber na sacola,

A vida em cada mão.

 

Passei por ti saías da carreira,

Passei por ti saías da carreira

Mesmo à porta do liceu.

Vinhas com aquela maneira,

Vinhas com aquela maneira

De quem o mundo é todo seu.

 

Passei por ti vestias de escuro,

Passei por ti vestias de escuro,

Bem ao contrário do que sentias.

Vivias no presente o futuro,

Vivias no presente o futuro,

Em orgias de fantasia e alegria.

 

Passei por ti logo a seguir à festa,

Passei por ti logo a seguir à festa,

Por ruas, praças e avenidas.

Ainda trazias o brilho na testa,

Ainda trazias o brilho na testa,

Dos sonhos com que teceste a vida.

 

Passei por ti vinhas quais crianças,

Passei por ti vinhas quais crianças,

Que ainda mal aprenderam a andar.

Tropeçavas em destroçadas esperanças,

Tropeçavas em destroçadas esperanças,

Consumidas antes de a vida começar.

 

Passei por ti de ti estavas ausente,

Passei por ti de ti estavas ausente,

Na fila à porta que gelou o futuro.

Esperavas com, como a ti, igual gente,

Esperavas com, como a ti, igual gente,

Que se acenda, mesmo frágil, luz no escuro.

 

Passei por ti tinhas desistido,

Passei por ti tinhas desistido,

De lançar no mundo novas sementes.

Não te acomodes no lamento de vencido,

Não te acomodes no lamento de vencido,

Vai unir-te aos irredutíveis resistentes.

    Zé Onofre

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