Histórias de A a Z para aprender a ler e escrever - Livro III - Tongobriga
TONGOBRIGA, 2005.02.14
De olhos arregalados
Diogo, atento, caminha
Por entre as pedras
Da cidade em ruína.
“Aqui, na casa do poço,
Era a casa do padeiro:
Ali parece ter havido
Uma forja de ferreiro.
A casa do implúvio“
Diogo fica atrasado
Há uma voz que o chama
Que o leva ao passado.
A casa do padeiro
Está agora em forma.
Na casa do ferreiro
Ouve-se de novo a bigorna.
Na casa do implúvio
Há gente a descansar
Há escravos, há crianças
No lago a chapinar.
Tonto vai pelas ruas
A ouvir aquela gente
E nem sequer estranha
Não se sente diferente.
Parece-lhe que está,
Não sabe por que magia
No Largo da sua Terra
Em dias de romaria.
Eh, tu aí, chega-te cá
Vem jogar o dado.
Se me ganhares
Levas este soldado.
Diogo aninhou-se
Lança os dados: sete.
Uma voz acorda-o
“- Diogo, onde te meteste!?
Assim volta ao presente
Sem ter tido tempo
De correr todas as lojas
De ter entrado no templo.
Volta à cidade em ruínas
Regressa triste do passado.
Tem um soldado no bolso,
Na mão tem, ainda, um dado.
Zé Onofre