Das Eras VII
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025/03/16
Diziam num postal «Mantenho o que venho a escrever ao longo dos últimos anos: ignorar e não cuidar da democracia é deixar os extremos (quer de direita, quer de esquerda) crescer, e por conseguinte, as suas perigosas ideologias no que à igualdade, imigração, desinformação e geração de riqueza diz respeito.».
Sobre este parágrafo, para mim o mais importante do artigo, comento o seguinte, que é a minha opinião e não uma verdade absoluta.
Vejamos.
1. «Mantenho o que venho a escrever ao longo dos últimos anos: ignorar e não cuidar da democracia é deixar os extremos[...] crescer.»
Parece-me que se todos os partidos fossem extremistas na defesa dos seus princípios ideológicos não haveria o pantanal onde se movem os políticos que nos têm governado e talvez na Assembleia da República estivessem deputados exigentes com o que pensam ser o bem público e não com os seus interesses..
2 . «as suas perigosas ideologias»
Por quê perigosas? Perigosas para quem? Qualquer ideologia é, para quem defende uma outra, é perigosa. É ver como os partidos, ditos não extremistas, - PS, PSD/PPD-CDS/PP - se acusam uns aos outros de perigosos para a economia, para a saúde, para a educação, para a habitação, ... cujas ideias, conforme a linha mal demarcada entre eles, a serem levadas à prática, seriam um desastre para Portugal. Contudo, há quase cinquenta anos que nos governam e por não serem radicais nas suas propostas cá continuamos no lameiro.
3. «e geração de riqueza diz respeito»
A questão não está na produção da riqueza, que produzida ela é de acordo com os meios humanos, sociais, educacionais e tecnológicos de que dispomos. A questão está em como distribuir a riqueza.
Há uma passagem da Maria, no livro "Histórias da Maria-dos-olhos-grandes e do Zé Pimpão", escrito pelas crianças Canuto, Jorge e Glória, que diz mais ou menos assim - Olha zé vou semear um jardins para todos. Se não chegar para todos, cada um terá um canteiro, se ainda não forem suficientes, terão uma flor e se as flores forem poucas ao menos todos terão o perfume. - Este é o verdadeiro problema.
E a democracia só se resolverá, e será democracia, quando a riqueza for distribuída pela razão. Como escrevia António Aleixo -
"O pão que sobra à riqueza
distribuído pela razão,
matava a fome à pobreza
e ainda sobrava pão."
Sejamos todos radicais na defesa deste principio e a democracia, democracia, não correrá perigo.
Esta é a minha verdade, não é ."o caminho, a verdade e a vida".
Zé Onofre

